Os 60 anos da República Popular Democrática da Coréia
Na semana passada, uma delegação dirigida pelo secretário de relações internacionais do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, esteve presente ao ato comemorativo dos 60 anos da proclamação da República Popular Democrática da Coréia, convocado pelo embaixador Pak
Publicado 09/09/2008 19:30
Você sabia que a história da península coreana tem mais de cinco mil anos? E que a formação étnica dos coreanos é considerada a mais homogenia das nações no mundo? Você sabia que a República Popular Democrática da Coréia foi proclamada em 1948, um ano antes da República Popular da China? E que a chamada Guerra da Coréia foi o primeiro conflito armado que a então jovem Organização das Nações Unidas teve que debater? Você sabia que a primeira vez na história do exército americano em que os EUA reconheceram formalmente — e por escrito — que haviam realizado ações de espionagem contra outro país foi em 1968 e justamente contra a RPD da Coréia?
De fato, a península da Coréia, ao lado de países como a China, Indonésia, Quênia e Tanzânia, é considerada uma das regiões do Planeta Terra onde se descobriu prova de atividade humana há milhões de anos. Ganhou grande repercussão internacional a descoberta — em 1993, no distrito de Kangdong, da cidade de Pyongyang, — da tumba de Tangun, fundador e primeiro Rei da Coréia, comprovando-se cientificamente que os materiais descobertos tinham cinco mil e onze anos de idade. Pyongyang é um dos lugares na Ásia onde se deu a evolução do homo primogenio, o homo presapiens e o aparecimento e desenvolvimento do homo sapiens.
Antes dos colonialistas japoneses, em 1866, um navio pirata norte-americano, o “Sherman”, tentou tomar posse de Pyongyang, mas acabou sendo afundado. Dois anos depois, em 1868, outro navio, o “Shenandoah”, equipado com canhões, também procurou causar dano à cidade e foi rechaçado pelas defesas coreanas que o perseguiu pelo rio Taedong. Entretanto, a partir de 1905, o imperialismo japonês dominou o país. Mais de seis milhões de jovens e homens de meia idade foram obrigados a trabalhos forçados, sendo que um milhão acabou morrendo. Cerca de 200 mil mulheres coreanas foram feitas escravas sexuais dos militares japoneses.
Em abril de 1932 foi estruturado o Exército Revolucionário Popular da Coréia e em 15 de agosto de 1945 termina a luta revolucionária pela libertação da Pátria coreana do jugo japonês. O Partido do Trabalho da Coréia somente foi fundado em outubro de 1945. E a República Popular Democrática da Coréia proclamada em 1948. Teve início, então, o processo de construção do país, que mais uma vez foi interrompido com a deflagração da Guerra da Coréia. Os norte-americanos praticamente arrasaram Pyongyang em três anos de guerra. A capital sofreu 1.431 ataques aéreos, quando cerca de 428 mil e 700 bombas desabaram sobre seus defensores, o que significava mais de uma bomba para cada habitante.
Hoje Pyongyang é uma cidade única no mundo. É uma cidade majestosa, pontuada por modernos edifícios e museus, limpa e cortada por largas avenidas arborizadas. Em 1970 foram transplantadas oito milhões de árvores e criados 200 parques para recreios da população. Seguramente é a metrópole com o melhor tratamento ecológico que se tem conhecimento. As águas do rio Taedong são cristalinas e os habitantes da capital costumam pescar aos domingos tranquilamente em suas margens. Um sistema de metrô e de ônibus elétrico cobre todos os bairros e a atividade cultural, artística e esportiva é intensa. Na última visita que uma delegação do Partido Comunista do Brasil realizou a Pyongyang – a convite do Partido do Trabalho da Coréia – capitaneada pelo presidente Renato Rabelo, os dirigentes do PCdoB forma recebidos no edifício da Assembléia Nacional pelo presidente da República, Kim Yong Nam, que afirmou na ocasião sua confiança nos grandes objetivos estratégicos do país: a reunificação pacífica da Pátria, a desnuclearização da península coreana e a construção de uma sociedade socialista próspera e moderna.
Ao terminar a visita, Renato Rabelo lembrou que a preservação da memória das experiências revolucionárias dos povos é muito importante para as atuais e as futuras gerações. “Para nós, comunistas brasileiros, é importante conhecer as experiências concretas de construção do socialismo”. Após visitar o Museu da Revolução, no centro de Pyongyang, Renato deixou gravado nos anais dos visitantes que o grande líder da libertação da Pátria coreana, Kim Il Sung, veio de uma família simples e se transformou no artífice principal da difícil tarefa de libertar o país do jugo japonês e norte-americano, como pudemos acompanhar neste breve relato da trajetória de luta do povo que não se dobrou diante de todo o tipo de invasão e de interferência externa.