O Povo da Praça da Sé

Madrugada de domingo dia 6 de maio Praça da Sé São Paulo, uma multidão  reunida pra um evento cultural recebe tiros de borracha, bombas ensurdecedoras causam pânico e descontrole, o gás que pairava no ar sufocava levando pessoas ao chão, pontapés,

Convido você a fazer o trajeto que fiz nesse dia para imaginar a sensação de pânico, revolta e comoção de quem viveu este momento, porém não tenho a intenção de convencer ninguém a abonar minha atitude, mas acho que tenho o mínimo direito de justificar o que eu e a maioria daqueles manos fizemos.


 


Durante todo mês de abril em SP não se falava outra coisa se não a terceira edição da Virada Cultural de SP de vinte e quatro horas contínuas de eventos com várias atrações pela madrugada adentro nas principais praças e regiões da cidade. Panfletos foram distribuídos aos milhares nos principais points das baladas paulistanas, internet e jornais.



Recebi um panfleto e a primeira coisa que procuro são os eventos de hip-hop e vejo que em meio as mais de 350 atrações da Virada apenas 8 do gênero figuram entre as atrações: Show do Ao Cubo na Pedreira (fundão da Zona Sul), Rappin Hood no Parque da Juventude na Zona Norte, Thaide no CEU São Matheus Z/Leste, apresentação de batalha de b.boys, DJ’s, MC’s e painéis de grafiteiros no Teatro Itália na região do Ipiranga, Zàfrica Brasil, Periafricania e Versão Popular na Pinacoteca do Estado no Centro, Racionais MC’s na Praça da Sé com convidado DJ Premier, e por último a exibição do Filme sobre hip-hop no instituto Goethe e o nome do filme é nada menos que “Guerrilhas Urbanas”. Destes apenas os shows do Hood e dos Racionais eram em praças abertas os outros em recintos fechados que não comportam mais que 400 pessoas.


 



Pensei comigo: ''Muito pouco pra esta que é a maior manifestação da juventude urbana em São Paulo, mas tudo bem, melhor do que nada, e dizer que não falaram das flores.''


 


13:00 h – No sábado em que se inicia as atividades faço o seguinte roteiro, vou com uns amigos para a tradicional rua do samba que fica próximo a estação da Luz pegar uma feijoada pesada, ouvir um ziriguidum e falarmos de candomblé.


 


16:00 h – Pego três conduções sentido bairro Novo Horizonte no extremo da Zona Sul, especificamente o último bairro da cidade como me disseram os manos. Quando lá cheguei depois de três horas de condução. Vários comprimentos apertados, manos e minas tomando umas cevas no alto de uma laje que fica no ponto mais alto do morro, um verdadeiro “forte da guerrilha urbana” ao som do rap rolando converso com lideranças jovens desde sindicalistas que trabalham com telemarketing, a militantes do movimento negro e um grande exército do hip-hop na fita. Comento com Tiquinho liderança da posse Lado Periférico sobre idéias revolucionárias e ele me diz:
– Mano, tamu preparando toda essa rapa pra ocupar os espaços que a elite insiste em não querer que nós entremos. Pra ganharmos a guerra temos que enfrentar todas as batalhas que vierem e aqui mano é todo mundo lado a lado, junto e misturado. Pode cair tudo, mas a quebrada aqui não cai, véi. Morro pela minha quebrada, minha vida é isso aqui.


 


Enquanto ele me mostra o cenário dos morros do entorno com seus milhares de barracos e casas por fazer o reboco e sobre o projeto de montar uma rádio comunitária em cima da laje fico pensando que esta é a Sierra Maestra brasileira.


 


21:00 h – Faço o caminho de volta prometendo retornar pra uma atividade que irão fazer, pergunto se eles não irão pro show dos Racionais na Virada Cultural e um mano me responde que a fita tá osso, que queria ir, mas não tem grana nem pra passagem.
No retorno reflito sobre esta guetização do nosso povo é meticulosamente arquitetada por esta elite, mas podem ter certeza estes manos já sabem disso.


 


00:00 h – Chego na Praça da Sé, uma lua loca no céu, o público já é enorme e assiste ao show do Nação Zumbi. Estou com um grupo de amigos e damos umas voltas para vermos a movimentação na cidade. Milhões de pessoas assistem a apresentações em várias esquinas, ruas e praças de São Paulo. A segurança é feita muito discretamente.


 


Meus amigos dizem que não irão assistir ao show dos Racionais e se despedem. Faço um giro, como um lanche numa praça com alguns amigos, vejo vários grupos de manos do hip -hop em direção a Praça da Sé. Uma cena me chama a atenção, cinco táticos móveis da PM em alta velocidade subindo a Avenida São Luís em direção a Sé. Estou cansadíssimo e junto com a Simone e Mercedes, duas pessoas muito caras pra mim, para casa desta última. Falo pra elas que queria ver aquela multidão de jovens cantando Vida Loka e convenço elas a me acompanharem . Corremos pra Praça da Sé.


 


03:00 h – Chegamos na praça e o DJ Premier está fazendo uma performance, a praça e todas as ruas laterais estão superlotadas, com muito custo conseguimos atravessar a rua em direção à praça. Era tanta gente que não tinha espaço nem pra se agachar, era um colado no ombro do outro, de tanta gente o som estava baixo, pois a multidão abafou as poucas caixas de som das torres. Eram poucos banheiros químicos e as pessoas urinavam dentro de garrafas no meio da multidão. Minhas companhias não suportam o sufocamento e dizem que vão embora. A essa altura o público já era quase totalmente os manos e minas das quebradas.  Digo que vou ficar e elas se despedem. Vou mais pro meio e percebo no vazio cercado por fitas uma base móvel da PM ocupando um espaço de mais ou menos 100 metros quadrados bem no centro da praça com policiais de armas pesadas em punho. Parafraseando a letra:


 


Era a brecha que o sistema queria, avisa a imprensa chegou o grande dia! Racionais Mc's


 


04:00 h – Entra no palco um grupo de Rap da Zona Norte que foi chamado pelos Racionais para abrirem o show. O rap nacional começava a balançar a massa que respondia ao refrão do grupo. Cantam quatro letras e anunciam o Racionais.


 


04:30 h – KL Jay solta a batida, a galera vai ao delírio e começa: “Hoje eu sou ladrão, artigo 157, as cachorras me amam e os playbois se derretem”. Foi a senha.
A galera começa a subir em postes de luz com mais de 7 metros de altura, nas árvores, nas três bancas de jornais que estão do lado direito da praça, nas marquises e sacadas dos prédios antigos dos arredores, nos ombros um dos outros. A massa de jovens que vieram das quebradas e refigurou a cara da Praça da Sé cantava em uníssono a letra balançando corpos e braços, mas eles queriam ver o semblante dos 4 anunciadores das periferias. Os dois telões colocados na praça não funcionavam e a galera usa eles como arquibancada.


 


A multidão em êxtase me coloca em transe quando entra a música Vida Loka. Os corpos balançam como quem dizem por si só concordarem com cada palavra ritmada na batida pesada e seca quebrada por três notas de um piano pra sempre lembrar que a vida nos exige a malicia e sacada em cada detalhe.


 


Cola do meu lado um mano do movimento, o Anderson da Unegro. Este será minha companhia de show, mas dali a pouco irá cerrar punhos comigo durante a batalha.


 


Percebo algo estranho e comento; a policia está tirando a rapaziada de cima das bancas e prédios. Alguns pichavam as paredes no sentido de dizer: chegar até aqui por baixo das catracas foi uma saga, ouvir Racionais na Praça da Sé é outra saga e transformar a Praça do Povo em nossa quebrada é mais uma saga. Pra estes não há atraso em show de rap, já estão acostumados com a dinâmica própria, e detalhe não houve atraso mesmo, o DJ Premier estava na programação. E os manos e minas quando se reúnem o que menos querem é voltar pra casa, se puderem ficam até o meio dia do outro dia reunidos e cantando…


 


04:50 h – Começa a tocar Negro Drama a galera sobe nas bancas novamente, a paulada do som é muito forte pra ficar inerte, a galera quer espaço pra ver, cantar e balançar. Logo no início da letra a policia que fazia um cordão de isolamento na parte de baixo dos prédios e bancas corre com cacetetes e começam a desferir golpes nas pernas dos jovens que despencam de uma banca. A massa ainda mais espremida pela ganância dos policiais em tomar o controle do terreno passa a revidar empurrando os policiais e jogando garrafas. Sujou a fardinha dos caras já viu!…


 


A policia passa a descer o cacetete aleatoriamente, pois não sabia de onde partia os objetos. Mano Brown para a música e fala:
– Tô vendo uma correria e isto não leva a nada, vamos deixar os policias de canto, vamos tomar cuidado, tem mulher, tem criança. Ô barato aqui é curtir a festa. Vamos continuar o som, vamos usar a inteligência, afasta dos PM’s deixa eles sozinhos. A festa é nossa.


 


O som continua, mas os policiais não param e começam a formar um pelotão no canto direito da praça. De armas em punho apontadas pra multidão começam a empurrar os que estão passando desavisados e jogam estes pra cima dos outros. Estou atento e comento com o Anderson que é questão de minutos pra explodir a batalha. Chamo ele pra nos encostarmos numa árvore, que irá nos salvar de sermos pisoteados na avalanche que acontece quando os policiais começam a atirar no público que cantava a letra olhando e oferecendo o rap pros PM’s. Uma seqüência de tiros e mechas de fogo inimaginável.
Mano Brown avisa:
– Aí não, atirar assim já é demais! Faz isso não, tem criança… Aí vocês conseguiram acabar com a festa que era nossa! Aí rapaziada, vão paras suas casas, toma cuidado, não vão sozinhos. Suas famílias estão esperando vocês.Vão com Deus!


 


De tanto tumulto e sem alternativa para onde correr, pessoas ficam na linha de tiro dos PM’s que partem pra cima das pessoas com cacetetes e quando derrubam alguns passam a chutá-los e pisá-los. O contingente da PM vai aumentando com a chegada de carros que vem em alta velocidade fazendo zigue-zague na tentativa premeditada de atropelar as pessoas que corriam pelas ruas e depois jogam os carros pra cima das calçadas.


 


Os jovens passam a disputar as poucas garrafas de vidro que encontravam pra jogar nos policiais. A maioria das garrafas eram de plásticos que são embalagens de um vinho barato chamado “Chapinha” que mais parece vinagre, mas é o que se pode comprar.


 


A selvageria da PM era tamanha que revoltou a todos. Jovens que tinham corrido da praça voltavam pra enfrentar os policiais, só que agora munidos de pedaços de pedras dos vasos de plantas que quebraram dos calçadões do Centro Velho.



 
No meio do tumulto geral bem em minha frente acontece um fato que me jogou na batalha. Um jovem caído era espancado por três policiais. Outro vem correndo cortando a multidão dá uma voadora certeira em um policial e faz um straik derrubando os outros dois, este pega o que estava caído pelas roupas o levanta e sai puxando-o pro meio da massa. Nesta hora sou levado pela comoção e solidariedade a sair da posição de espectador audacioso e passo a ser mais um combatente corajoso da resistência juvenil popular.


 


Procuro garrafas, pedras e vejo um saco de lixo. Pego ele por inteiro e arremesso na direção de um grupo de policias que ainda estavam meio fragmentados.


 


05:05 h – Estou do lado do relógio da rua XV de novembro quando chega a tropa de choque. A Praça da Sé se transforma numa Bagdá. As bombas de efeito moral eram tantas que mais parecia reveillon de tanto barulho. Os estampidos de tiros lembram uma guerra e a fumaça de gás lacrimogêneo toma conta. O choque vai pro centro da Praça onde ainda havia muita gente. O metrô que funcionaria a noite toda fechou as portas e o povo não tinha pra onde ir. O espancamento é geral. Os grupos que ocupavam as ruas estreitas nos arredores da praça se deslocam arremessando objetos no Choque numa tentativa de atraí-los e livrar aquele grande grupo cercado no meio da Praça. Subo correndo com o Anderson e mais centenas de manos e o confronto agora é tete a tete.


 


O cheiro do gás engasgava todo mundo e muitas pessoas estão caídas no chão. Jovens amarram as camisas na cabeça e o Choque junto com a PM agora numa ação sincronizada leva muita vantagem com as bombas, máscaras, capacetes, escudos e armas que dispõem.


 


Eram em torno de quinhentos entre PM e choque. Nós éramos um número incontável. Eles não sabiam em qual rua entrar. Desci com um grupo de uns 500 e nos refugiamos na Rua Direita. Alguns jovens quiseram quebrar o relógio, gritei dizendo que nosso alvo eram os PM, mas a esta altura até o patrimônio público fazia parte do sistema opressor. O grupo da XV de Novembro que era maior começou a quebrar uma loja da esquina e tudo que se desmanchava virava instrumento de guerra.


 


Uma parte do Choque ficou com os grupos das três ruas de cima da praça, a outra veio em nossa direção. Estava acontecendo uma rave na Rua Direita com José Bonifácio e ali estavam reunidos um grupo de mil jovens em torno de um palco que tocava música eletrônica. Eles ficaram assustados. Uma organizadora pega o microfone e fala:
– Pessoal não vamos nos envolver, vamos continuar aqui na nossa, este tumulto foi com o “Povo da Praça da Sé” deixem este pessoal pra lá.


 


Ouvindo isto corri pra grade do palco, subi e comecei a gritar, dizendo que esta era a ''Policia do Serra'' que é orientada a descer o cacete na juventude de São Paulo.


 


Como o Choque já havia entrado na rua Direita os manos da resistência nesta barricada já estavam todos dentro da festa dos playboys. Estouramos os cabos de som e paramos a festa. O Anderson já estava organizando os arremessos de garrafas e pedras para que não ferissem os nossos que corriam no sentido contrário. E os pelotões de arremesso ficavam paralelos às portas de aço e prédios para não serem atingidos por balas e bombas. Um grupo de uns 200 descem correndo a Rua José Bonifácio e gritam que a tropa estava fazendo um cerco nesta rua que tem um formato de ferradura. Corremos em direção a Rua São Bento e de lá descia uma multidão incontável que era perseguida por policiais. Várias atividades foram sendo encerradas. Ouvia-se muitos gritos e choros de pessoas que se perderam. O que estava acontecendo na parte de cima da Praça da Sé com a João Mendes nós não sabíamos, mas a resistência lá foi muito maior como podemos conferir depois. Quebraram carros da policia, formaram barricadas com grandes vasos de plantas e até carro foi incendiado.


 


06:00 h – Estamos chegando no Vale do Anhagabáu, pra nossa surpresa haviam várias placas de madeira pra exposição e uma multidão de jovens que vinham da Praça da Sé foi se encontrando lá. Montaram uma bela barricada que segurou mais meia hora de confronto.


 


Chegaram muitos carros de policia e atrás deles a tropa de choque. O gás lacrimogêneo era insuportável, tivemos que subir a Bulevard da São João onde acontecia outro evento que foi paralisado.


 


Chegando no Largo do Paissandú não agüentava mais a dor no estômago por causa do gás e a massa já estava muito dispersa. Bebemos água e fomos nos refugiar perto do Teatro Municipal que fica na Praça Ramos onde acontecia outro evento e ali só tinha a granfinada paulistana. Nesta hora só estávamos eu e o Anderson, os policiais ficaram nos olhando como quem diz: “Esses tem cara do Povo da Praça da Sé”. Fomos desbaratinando devagar em direção ao metrô que já tinha voltado a circular na linha vermelha o Anderson vai pra Zona Leste e eu volto pra casa da minha amiga Mercedes e passo a narrar o acontecido.


 


Hora de falar o que aconteceu


Ainda pela manhã escrevi uma narrativa, pois imaginava que aquilo não tinha sido algo de pequena proporções e inaceitável do ponto de vista humano.
Depois me certifiquei pela imprensa que o Centrão de São Paulo virou um campo de batalhas poucas vezes visto antes.


 


Nos noticiários o que se ouvia era que os jovens tinham agredidos a PM, outros diziam que o grupo musical incitou a violência e o atraso destes gerou raiva e tumulto no público, outros diziam que este gênero musical não pode se apresentar no centro da cidade, fora os comentários de que éramos todos bandidos.


 


Mas o pior aos meus ouvidos foram os comentários oficiais dos produtores da Virada Cultural que diziam que o ocorrido foi provocado por meia dúzia de vândalos após brigas de grupos rivais, e o comentário do Prefeito Kassab que disse não passar de um caso isolado de baderneiros em um ponto específico da cidade e que o Choque e a PM agiu dentro da normalidade não afetando as atividades de outros locais.


De uma coisa tenham certeza senhores Serra e Kassab, somos sim o ''Povo da Praça da Sé'', porque a Praça da Sé é a praça do povo e nunca será da Tropa de Choque. Recuamos, mas voltaremos. Assim como voltamos a lembrar nessa noite os nossos pais que lá estiveram contra a ditadura pra gritarem: ''Diretas Já!''. Como lá estiveram nossos irmãos mais velhos pra gritar ''Fora Collor!'', como lá estivemos recentemente com muito rap e ao som dos Racionais pra gritar ''Fora Bush do Iraque, aqui você não toca!'' só que nesta oportunidade ainda bem não havia PM nem tropa de choque.


 


Quando vi a PM e o Choque tirando o povo da praça brutalmente e as fardas prevalecendo, percebi que para a elite de São Paulo e seus governantes lacaios é questão de honra que o povo não ocupe aquele lugar, muito menos os filhos das periferias. Pra estes estão reservados as escolas de latas, os becos e vielas estreitas, os barracos de madeira, as celas lotadas, o tiros da policia e as covas rasas dos cemitérios da periferia.


 


Levanto algumas indagações para provocar a reflexão.


 


Será que isso já não estava premeditado ou no mínimo foi direcionado pela PM e Prefeitura?


 


Porque os telões não funcionavam?


 


O som era de péssima qualidade? 


 


Não havia banheiros químicos em proporções ao público?


 


Será que a produção e organização do evento subestimou ou desconhece a massa que curte rap e com certeza iria pro evento?


 


O Comando da PM não provocou uma ansiedade na tropa quando disse ter alertado seus soldados que a situação era potencialmente explosiva?


 


Onde fica a liberdade de expressão dos grupos musicais que não podem narrar o cotidiano dos jovens das periferias em suas letras?



 
Será que o Comando da PM esqueceu que quem provocou o tumulto em 1994 e depois em 1995 foi a PM quando na primeira oportunidade prendeu os Racionais em pleno palco diante de 20 mil jovens e na segunda mandaram desligar o som diante de 60 mil?


 


Que liberdade democrática e regime civil é esse que a PM não pode ser questionada?


 


Porque nenhuma autoridade nem a imprensa admite que a PM foi no mínimo inábil colocando a integridade física até de quem não estava na  Praça da Sé em risco?


 


A PM está acima do bem e do mal?



 
A PM de São Paulo não comete nenhuma atrocidade contra jovens na periferia e nós estamos falando mentiras?



 
Porque a imprensa só reza a liberdade de expressão a seu favor e a verdade desta é a que prevalece?



 
Que fato isolado é este que toma todo o coração central da maior cidade do Brasil?


 


Será que meia dúzia faria o enfrentamento de duas horas a um batalhão de mais de 500 soldados da tropa de choque?


 


Temos que ter sangue de barata e vermos pessoas sendo espancadas aleatoriamente e não reagirmos?


 


Que sociedade é esta que zela mais pelo patrimônio do que pela integridade física das pessoas?



 
Um vidro de uma loja vale mais do que uma vida?


 


Cadê o tão falado respeito as diversidades que todos os segmentos reivindicam e agora estão esquecendo?


 


Até quando iremos tolerar este Estado conservador, sistema capitalista opressor, uma imprensa míope e caolha, uma desigualdade barbarizante e a hipocrisia desta elite paulistana?


 


… Perguntas de um periférico que lê!

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