O ensaio geral

As eleições municipais que ocorrerão neste ano de 2008, para vereadores e prefeitos, em praticamente todo o território nacional, assumem grande importância para o quadro político nacional, considerando a disputa entre os segmentos nacionalista, democrátic

É um equivoco, assim entendo, restringir o significado do próximo pleito, ao aspecto meramente estadual, municipal. Como se as próximas disputas se ativessem apenas às questões paroquiais ou regionais. Evidente que o debate dos problemas de cada município, as soluções apresentadas às particularidades em cada cidade, galvanizarão as atenções da opinião pública.



Mas o resultado do próximo pleito, deverá traçar um novo mapa geopolítico no Brasil. E, com ele, teremos uma nova correlação de forças entre dois grandes campos que apresentam distintos rumos aos caminhos a serem perseguidos nas áreas econômica, social, internacional. Trata-se de uma grande disputa de idéias que assumiu enorme proporção desde meados da década de noventa, passada.



Portanto, será bem mais que uma contenda paroquial no Brasil. Nas capitais dos Estados da federação, nos grandes municípios, industriais ou agrícolas, ou em cidades de médio e pequeno porte, vão estar em jogo as bases de um projeto nacional soberano, democrático e de inclusão social.



Um empreendimento lastreado na participação social, poderá estar assentado em centenas e centenas de aglomerados populacionais. O que representará um significativo alicerce político.



Não é esse o cenário a que aspiram os partidários do grande capital, do mercado, principalmente o financeiro, nacional ou internacional, defensores da desregulamentação do papel do Estado como principal elemento propulsor do crescimento do país, associado à democratização da riqueza da nação.



Nos países em desenvolvimento, os defensores do liberalismo desses novos tempos, são mais realistas do que os seus idealizadores nos EUA e na Europa. Lá, movimentos do mercado quase absoluto, sempre foram convencionados pelo Estado. É quem escuda militarmente, subordina aos seus interesses, as empresas transnacionais. Assim, o sufrágio deste ano, vai ser o grande ensaio geral, ao decisivo confronto eleitoral de 2010.

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