Deu a louca nos empresários

A acreditar na reportagem do jornal Valor Econômico de segunda-feira, 25 de fevereiro, ''o apoio do governo ao aumento do poder dos sindicatos está incomodando líderes empresariais''.

São listadas como medidas que “desequilibram o jogo” os pedidos de ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT (esta última já anteriormente ratificada e vigente durante quatro anos no Brasil), a defesa presidencial da redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas, a medida provisória de reconhecimento das centrais sindicais, a Lei 11.430, de 2006, que inverte o ônus da prova nos casos de danos à saúde do trabalhador e a decisão do Supremo Tribunal Federal de 2007, confirmando que os sindicatos têm amplo poder de substituição processual, podem iniciar processos judiciais contra as empresas mesmo sem ter autorização específica dos trabalhadores.


 



O que os empresários reclamam, e com razão, é da capacidade do movimento sindical beneficiar-se da conjuntura econômica favorável e apresentar, de maneira unitária, aos trabalhadores, à sociedade, ao Governo, ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário e aos meios de comunicação, uma pauta de reivindicações forte, coerente, exeqüível e que ajude ao desenvolvimento econômico e à justiça social.


 


O ínclito professor José Pastore, acostumado a defender os pontos de vista dos empresários, já usa a expressão “República Sindical”, tão cara e saudosa dos golpistas de 1964, e critica o que chama de “socialismo legalista”.


 


E já que falamos nisso, durante a ditadura militar um humorista dizia, ironizando, que poderíamos acabar caindo na democracia. Do jeito que as coisas vão e com a histeria empresarial campeando, parece que os trabalhadores tomaram o poder…

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor