Che, Cuba e a reorganização do PCdoB

Existem certas passagens da história da esquerda brasileira que são praticamente desconhecidas. Uma delas diz respeito às relações estabelecidas entre os dirigentes revolucionários cubanos e o Partido Comunista do Brasil durante os primeiros anos de sua r

Os primeiros livros de Chê e Fidel, ao lado, foram lançados no Brasil pelas Edições Futuro do então pequeno PCdoB


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Desde 1958 a maioria do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCB) – seguindo a linha do 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) – passou a advogar a transição pacífica para um novo regime social no Brasil e a possibilidade de se estabelecer uma coexistência pacífica entre o sistema socialista e o imperialismo norte-americano. A chamada ala revolucionária, alcunhada de stalinista e sectária, encabeçada por Amazonas e Grabóis, defendia que a saída se daria através de uma revolução violenta.


 



Podemos afirmar que o desenvolvimento da revolução cubana foi um dos ingredientes que ajudaram a conturbar ainda mais o ambiente interno do Partido Comunista no Brasil entre 1959 e 1961, período no qual foi sacudido por uma violenta luta de idéias. O momento mais dramático deste conflito se deu no plenário do 5º Congresso, ocorrido em 1960, e que culminou com o afastamento dos principais membros do grupo oposicionista da direção nacional. Entre os afastados estavam João Amazonas, Maurício Grabóis, Diógenes Arruda, Lincoln Oest.


 


 
A vitória da Revolução Cubana, ocorrida nos primeiros dias de 1959, a tentativa de ocupação da ilha por forças contra-revolucionárias com apoio dos Estados Unidos em abril de 1961 pareceram para vários comunistas descontentes uma clara negação das teses reformistas defendidas por Krushov, então dirigente máximo do PCUS, e incorporadas de maneira não-crítica pela maioria da direção do PCB.


 


 


Esta sensação tendeu a se tornar uma convicção quando, em agosto de 1961, houve a tentativa de setores conservadores das Forças Armadas, com apoio da mídia e das classes dominantes, de impedir a posse de Jango, levando o Brasil às portas de uma guerra civil. Esta grave crise político-militar foi solucionada por um acordo de cúpula no qual Jango pode assumir em troca da implantação do parlamentarismo que lhe tolheu os poderes.



 


Este era o cenário quando um grupo de comunistas, encabeçado por Amazonas, Grabóis, Pedro Pomar, Lincoln Oest entre outros, resolveu enfrentar abertamente a direção do PCB, através de uma carta assinada por cem militantes. Nela era exigida a convocação de um congresso partidário para se discutir as alterações dos estatutos e do programa feitas pelo novo Comitê Central visando legalizar o Partido. Entre as mudanças efetuadas estava a mudança do nome da organização que passaria a se chamar Partido Comunista Brasileiro – e não mais “do Brasil”. A sigla continuava sendo a mesma: PCB.


 


 


Entre o final de 1961 e início de 1962 os organizadores da chamada “Carta dos 100” foram sendo expulsos do Partido. Em fevereiro estes e os militantes descontentes com os novos rumos da organização realizaram uma conferência extraordinária visando reorganizar o antigo Partido Comunista do Brasil que, segundo eles, havia sido liquidado com o registro dos novos estatutos e programa de cunho reformista. A partir daí passaram a existir dois partidos comunistas no Brasil: o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB)


 


E Cuba?


 


O PCdoB reorganizado, até meados de 1963, continuava a ver a URSS como um país socialista – e, mais do que isso, como um país que caminhava no sentido do comunismo. A discordância – ainda pouco explicita – era com a direção do PCUS encabeçada por Krushov. Os revolucionários cubanos, naqueles anos, também estavam descontentes com as políticas apregoadas pelos soviéticos. Este descontentamento cresceria após a “crise dos mísseis”, ocorrida no final de 1962, quando Cuba foi cercada militarmente e novamente ameaçada de invasão.



 
Foi Krushov que havia convencido os cubanos a instalar mísseis nucleares defensivos na ilha, mas acabou cedendo às pressões militares e negociou a sua retirada com os norte-americanos, sem prévia comunicação aos dirigentes cubanos. Fidel e Che ficaram furiosos com tal atitude.



 


Tendo em vista este estado de insegurança, Cuba revolucionária procurou ampliar seu leque de relações para muito além dos estreitos limites desejados pelos soviéticos. Já nos primeiros anos da década de 1960 ela deu apoio às Ligas Camponesas, lideradas por Francisco Julião. As Ligas estavam em choque aberto com a direção do PCB e apregoavam uma reforma Agrária na lei ou na marra. Defendiam também uma espécie de caminho cubano para o Brasil.


 


Entre 28 de julho e 20 de agosto de 1961 um grupo de 12 pessoas vinculadas as Ligas Camponesas fez um curso político-militar em Cuba. Era a segunda turma que participava de um treinamento como este. A primeira tinha ido em maio, imediatamente após o incidente da Baia dos Porcos. Em seguida o setor militar das Ligas, comandado por Clodomir Moraes, tentou organizar campos de treinamentos de guerrilheiros no interior do país. Em 1962 o Exército descobriu e desbaratou um deles em Goiânia. Era o fim daquela experiência e também do apoio cubano aos planos guerrilheiros das Ligas.



 


No final de janeiro de 1962, a 8ª Reunião de Consulta da Organização dos Estados Americanos, convocada pelos Estados Unidos, aprovou a expulsão de Cuba e, praticamente, abriu caminho para o bloqueio político e econômico à ilha. A exclusão foi aprovada por 14 votos e seis abstenções, inclusive a do Brasil. Somente Cuba votou contra.


 


 


Em resposta a esta atitude do imperialismo, em 4 de fevereiro de 1962, ocorreu em Havana uma grande assembléia popular da qual participaram dirigentes de várias organizações populares e revolucionárias da América Latina. Nesta ocasião foi aprovada a 2ª Declaração de Havana, na qual estavam estampadas as palavras que iriam guiar parte da esquerda armada em nosso continente: “O dever de todo o revolucionário é fazer a revolução. É certo que a revolução vencerá na América e no mundo. Mas não é próprio dos revolucionários sentar-se na soleira da porta da casa para ver passar o cadáver do imperialismo”.


 


 


O documento também era, em certo sentido, uma resposta às teses de transição pacífica defendidas pelos soviéticos e pela grande maioria dos Partidos Comunistas. Afirmava ela: “Não é correto distrair os povos com a vã e acomodatícia ilusão de que seja possível, por vias legais, que não existem nem existirão, arrancar das classes dominantes, entrincheiradas em todas as posições do Estado (…), um poder que os monopólios e as oligarquias defenderão a ferro e fogo, com as força de suas polícias e de seus exércitos”. Além da tônica na importância da luta armada, o documento apontava a centralidade da luta revolucionária no campo e os limites da burguesia nacional nas futuras revoluções da América Latina. Opiniões que coincidiam com as dos dirigentes que reorganizariam o PCdoB poucos dias depois da aprovação da 2ª Declaração de Havana.


 


O PCdoB e a revolução cubana


 


Outro fato pouquíssimo conhecido é o de que em novembro de 1961, antes de ser expulso do PCB, o grupo de Amazonas e Grabóis fundariam uma editora: a Edições Futuro. O primeiro título a ser lançado foi, justamente, A Guerra de Guerrilhas de Che Guevara. Esta seria a primeira obra deste revolucionário publicada no Brasil. Nela Guevara expunha as três contribuições fundamentais da revolução cubana para a teoria e a prática dos movimentos revolucionários na América Latina. Seriam elas: “1º) As forças populares podem ganhar uma guerra contra o Exército; 2º) Nem sempre há que se esperar que se dêem todas as condições para a revolução; o foco insurrecional pode cria-las; 3º) Na América Latina subdesenvolvida, o terreno da luta armada deve ser fundamentalmente o campo.”



 


Continuou Che: “Destas três contribuições, as duas primeiras lutam contra a atitude comodista de pseudo-revolucionários que se refugiam em sua inatividade, no pretexto de que contra o exército profissional nada se pode fazer, e a alguns outros que ficam a esperar que, de uma forma mecânica, se dêem todas as condições objetivas e subjetivas necessárias, sem preocupar-se de acelerá-las (…) A terceira contribuição é fundamentalmente de índole estratégica e deve ser uma chamada de atenção a quem pretenda com critérios dogmáticos centrar a luta de massas nos movimentos das cidades, esquecendo totalmente a imensa participação da gente do campo na vida de todos os países subdesenvolvidos da América”.



 


As palavras de Guevara vieram reforçar as teses defendidas pelos dirigentes do PCdoB e, portanto,  eram uma arma na luta de idéias travadas contra a direção do Partido Comunista Brasileiro. Uma luta travada em condições muito desfavoráveis, pois o Brasil vivia em pleno governo Jango e as véspera do lançamento da campanha pelas Reformas de Base. A transição pacífica parecia ao alcance das mãos para dezenas de milhares de combatentes sociais.



 


O prefácio do livro de Guevara foi escrito pelo dirigente comunista Maurício Grabóis, futuro comandante da Guerrilha do Araguaia. Nele se afirmava que a revolução cubana havia contrariado “teses muito difundidas em nosso país e bastante arraigadas entre as forças revolucionárias que dizem que os povos dos países latino-americanos não poderiam realizar com êxito a revolução por se encontraram demasiadamente próximos do mais poderoso baluarte da reação mundial, o imperialismo ianque; que não poderia vencer um exército profissional adestrado e bem organizado e que sem seu apoio, ou pelo menos parte dele, as massas populares não alcançariam a vitória; que para começar a luta armada era indispensável que amadurecessem todas as condições revolucionárias; que esta luta se processaria fundamentalmente nas cidades”.



 


Em nítida contraposição – e confronto – com as teses da direção do PCB, Grabóis escreveu: “A Revolução Cubana constitui também um completo desmentido às ‘teorias’ conformistas dos que, superestimando o poderio das forças reacionárias ou idealizando inexistentes possibilidades reais de caminhos pacíficos para revolução, propugnam soluções idílicas para resolver os problemas básicos da América Latina”. Ficava clara assim a proximidade das opiniões dos dirigentes cubanos e do PCdoB.
 



 


O livro de Che foi censurado e recolhido por ordem do Ministro da Justiça de Jango, sendo o único caso de censura deste tipo ocorrido durante aquele governo.


 


 


Aproveitando-se disso a polícia do governador da Guanabara Carlos Lacerda invadiu e depredou a sede da editora para apreender os exemplares encontrados.


 


 


Contra a indicação da direção do PCB vários militantes – que logo em seguida optariam por se ligar ao PCdoB – mantiveram a venda do livro proibido. Este foi o caso do jovem comunista Dynéias Aguiar que era dirigente em Brasília. Segundo o jornal A Classe Operária foram vendidos 10 mil exemplares em poucos meses.
 



No final de abril de 1962, dois meses após a reorganização, João Amazonas e Maurício Grabóis viajaram a Cuba para participar das comemorações do Primeiro de Maio. Segundo Amazonas as passagens foram pagas pelos funcionários da embaixada cubana – entenda-se: pelo governo cubano. Na ilha eles se entrevistaram com Fidel e Che Guevara. Isso viria a criar uma crise entre os cubanos e a direção do PCB.


 


 


Foi ali – e não antes – que os dirigentes do PCdoB entraram em contato com os comunistas chineses, coreanos e albaneses que na ocasião também andavam as turras com Krushov. Segundo Osvaldo Bertolino, em agosto de 1962, Ângelo Arroyo e Carlos Danielli também estiveram em Cuba. O teor da conversa desses dirigentes com a cúpula cubana até hoje não são conhecidas. O que sabemos é que foi graças ao apoio cubano que o PCdoB escapou do cerco internacional que lhe pretendiam impor.
 



 


Os dirigentes do PCdoB chegaram à ilha quando ainda se travava um duro combate entre os velhos militantes comunistas ligados ao PCUS e a nova corrente dirigida por Castro. Conflito que culminou na expulsão de Aníbal Escalante – antigo dirigente do Partido Socialista Popular (nome do ex-PC cubano) e secretário de organização das Organizações Revolucionárias Integradas.
 



 


O segundo lançamento das Edições Futuro, ainda no primeiro semestre de 1962, foi De Moncada e ONU. Esta era uma coletânea de discursos de Fidel Castro, que incluía “A história me absolverá,” o discurso feito na Assembléia Geral da ONU e a 2ª Declaração de Havana. Textos que ainda não haviam sido editados no Brasil. O prefácio deste livro foi escrito por Pedro Pomar, membro do Comitê Central do PCdoB.



 


Logo em seguida a editora do PCdoB lançou um livreto avulso apenas com o texto da 2ª Declaração de Havana, que teve grande divulgação. O PCdoB, ao lado das Ligas Camponesas, se tornou um dos principais propagandistas da revolução cubana em nosso país.



 


Amazonas, Grabóis e Pomar, entre outros, fizeram várias palestras e publicaram inúmeros artigos sobre Cuba.  No dia 13 de julho de 1962, o primeiro fez uma conferência na sede do PSB intitulada “A revolução cubana e o futuro das Américas” – neste dia foi formado um comitê provisório de solidariedade a Cuba. O ato estava previsto para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, mas na última hora foi cancelado. Os dirigentes do PCdoB e do PSB acusaram Prestes e o PCB pelo ocorrido. 



 


A Classe Operária – então jornal oficioso do PCdoB – foi uma caixa de ressonância das opiniões cubanas sobre a revolução na América Latina. No primeiro número do jornal saiu o texto de Fidel, Cuba socialista – discurso afirmando o caráter socialista da revolução cubana. Publicou “Os povos oprimidos lutam pela paz combatendo por sua independência” – discurso pronunciado quando do recebimento do prêmio Lênin da paz. Em junho foi publicado “A América Latina é um vulcão” de Guevara.  Entre os anos de 1962 e 1964 A Classe Operária publicou vários outros artigos de Fidel e, inclusive, dedicou um suplemento especial de várias páginas ao aniversário do assalto ao quartel de Moncada.


 


Vários dirigentes do PCdoB também publicaram artigos em defesa da revolução e da experiência cubana. Amazonas escreveu os artigos “A verdade sobre Cuba” e “Uma perspectiva nova”. Maurício Grabóis, “Crise cubana e a paz”. Ângelo Arroyo, “Todo apoio ao povo cubano”. Lincoln Oest, “2ª Declaração de Havana e as nossas responsabilidades” e “Histórico Triunfo para a América Latina”. Outro artigo de grande importância, mas sem autor, foi “Honra e consciência da América Latina – 2ª Declaração de Havana” – com trechos comentados daquele importante documento.


 


 


As Cadernetas de Prestes


 


 


A relação daqueles que reorganizariam o PCdoB com a revolução cubana vinha de um período anterior ao racha. Em 1961 Carlos Danielli visitou a ilha e participou de uma das brigadas formadas para defender Cuba da invasão de mercenários financiados pela CIA.



 


No início de 1961, João Amazonas, já afastado do Comitê Central e presidente do Comitê Estadual do Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o Movimento 26 de julho – o nome é uma referência à data da tentativa de tomada do Quartel de Moncada. Numa das Cadernetas de Prestes, apreendida pela polícia após o golpe de 1964, podemos ler um trecho de uma intervenção do comunista gaúcho Elói Martins: “Amazonas organizou o 26 de Julho. Esta organização tem relação direta com Cuba”.



 


Mais significativos são os trechos do relatório de Fued Saad sobre sua viagem à Moscou e a conversa que teve com dirigentes soviéticos sobre a relação dos “dissidentes” do PCB e os dirigentes cubanos. Anotou Prestes: “Conversa de Krushov com Raul Castro. O primeiro criticou a política que realizam com o PCB – Castro respondeu que eles se apóiam em todas as forças progressistas. Mikoian não conseguiu pleno acordo com os cubanos”.  Continua a anotação: “Krushov conversou pessoalmente com Raul Castro a respeito das relações do PC cubano com o PCB – a respeito do convite aos fracionistas Castro respondeu que através dos fracionistas obtinha maior solidariedade. Os soviéticos têm também dificuldades com o Partido Cubano” – “eles perguntaram se o grupo de Amazonas não tem ligação como os chineses”. Isso mostra que até aquele momento os soviéticos não procuravam responsabilizar os chineses pela crise no partido brasileiro e a reorganização do PCdoB.


 


Giocondo Dias, por sua vez, afirmou: “os camaradas soviéticos pedem que informemos ao Partido Cubano que Grabóis e Amazonas foram expulsos do PCB”. Em outra reunião foi anotado: “Insistiram os camaradas soviéticos na viagem de Prestes à Cuba”. Dinarco Reis aconselha mandar “um camarada a Cuba para informar sobre o grupo fracionista”.  E Jover Telles, então na executiva do PCB, “propõe uma carta aos Partidos Comunistas irmãos” esclarecendo sobre a atividade de Amazonas e Grabóis. Pelas anotações Ramiro Luchessi e Mário Alves aceitaram a proposta de Jover. Prestes visitaria Cuba em março de 1963 e, inclusive, daria uma longa entrevista ao jornal comunista Hoy.
 


 


Em abril de 1963 uma delegação do PCB, encabeçada por Jover Telles, foi à China visando “esclarecer” a situação brasileira. Na reunião com os dirigentes comunistas chineses, referindo-se aos dirigentes do PCdoB, afirmou: “Do ponto de vista político e das massas estão isolados (…) Não obstante, editam o jornal A Classe Operária (…) Corre no Brasil que esse dinheiro é fornecido por vocês (dirigentes chineses), por intermédio de Cuba. É claro que é difícil acreditar nisso, mas é o que anda de boca em boca no Brasil”. Tal comentário deselegante, se realmente feito, pode ter causado má impressão entre os representantes chineses.



 


Em agosto de 1963 A Classe Operária divulgou o documento “Resposta à Krushov”.  Esta foi uma reação à Carta Aberta do PCUS de 14 de julho, que citava os nomes da Amazonas e Grabóis chamando-os de organizadores de um grupo anti-partido, patrocinado pela China.  Mesmo após o rompimento público com a URSS a Classe Operária continuou a dar espaço para Fidel Castro, considerado aliado na luta antiimperialista e contra o reformismo.



 


Os atritos com o PC cubano começaram quando, a partir de 1964, este optou abertamente por uma aliança com URSS no conflito político e ideológico que ela travava contra a China. As organizações revolucionárias vinculadas à China – e que, até então, apoiavam a revolução cubana passaram a ser excluídas sistematicamente dos fóruns internacionais realizados na ilha – numa clara concessão aos soviéticos. 
No entanto, uma posição mais claramente crítica às posições cubanas apenas seria expressa em 1966 quando da publicação de uma carta-aberta à Fidel Castro intitulada “O marxismo-leninismo triunfará na América Latina”. Apesar do tom muitas vezes duro das críticas ainda não se propunha uma ruptura de relações – como aconteceu no caso da Carta aberta à Krushov -, embora o afastamento já estivesse se dando. Mas esta já é outra história.


 


Fontes


 


Coleção de A Classe Operária 1962 a 1964 – Coleção Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp
Cadernetas de Prestes – Projeto Brasil Nunca Mais – Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp
2ª Declaração de Havana, Edições Futuro, RJ, 1962.


 


Bibliografia


 


Bandeira, Luis Alberto Moniz – De Marti a Fidel – a revolução cubana e a América Latina, Ed. Civilização Brasileira
Bertolino, Osvaldo – Maurício Grabóis – uma vida de combates, Ed. Anita Garibaldi, SP, 2004
———————— – Testamento de Luta – a vida de Carlos Danielli, Ed. Anita Garibaldi, SP, 2002
Castro, Fidel – De Moncada à ONU, Edições Futuro, RJ, 1962
Guevara, Che – A Guerra de Guerrilhas, Edições Futuro, RJ, 1961
PCdoB – Guerra Popular – Caminho da Luta Armada no Brasil, Ed. Maria da Fonte, Lisboa, 1974
——— – A linha política revolucionária do Partido Comunista do Brasil, Ed. Maria da Fonte,1974 Lisboa, 
Salles, Jean Rodrigues – O impacto da revolução cubana sobre as organizações comunistas brasileiras (1959-1964), dissertação de mestrado, IFCH-Unicamp, 2005 

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