Bailes afrodisíacos
São tantos os assuntos da política nos últimos dias que nem sei por onde começar. Há bailes e bailes. Os 400 vestidos grátis de Lu Alckmin dando 'banho de ética', são de lascar! A República vive festa contínua. Há bailes para todos os gostos: doces, amarg
Publicado 03/04/2006 08:18
São tantos os assuntos da política nos últimos dias que nem sei por onde começar. Há bailes e bailes. Os 400 vestidos grátis de Lu Alckmin dando “banho de ética”, são de lascar! A República vive festa contínua. Há bailes para todos os gostos: doces, amargos, festivos e até com cara de velório. Há gente celebrando e até perdendo a compostura. Há desde espetáculos de prazer aos de horror… desde as condenáveis cenas de machismo explícito no Senado, na sabatina da ministra Ellen Gracie, à grotesca dança da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) na Câmara dos Deputados!
Estou hipnotizada pelo vídeo da dança macabra e estarrecida com a falta de decoro da deputada. Aquela dança é a mais perfeita tradução da falta de “senso de loção”. Para as feministas, a quem ela persegue sem trégua, foi como o “deixar cair a máscara”. Todo o Brasil pode vê-la ao vivo e a cores. Será julgada pela sua insensatez na boca das urnas.
A referida deputada era uma militante 24 horas/dia contra o direito da mulher decidir sobre o seu próprio corpo, até se aferrar à bandeira rota e esfarrapada que os deputados do seu partido supostamente envolvidos em práticas de corrupção do valerioduto são candidatos à canonização, pois são exemplares de castidade. Ela crê nisso. Tenho dito.
Sobre as declarações relativas à mansão intitulada “República de Ribeirão”, matutaria e elocubraria horas a fio, apenas no campo da sexualidade. Não há espaço. Era uma casa de múltiplas finalidades, desde provável entreposto de “grana não contabilizada” a fazer às vezes de “Casa de Encontros”, que em São Luís do Maranhão chama-se chateau (leia: chatô). Referendando um dito popular que “O poder é afrodisíaco”, Francenildo andou batendo com a língua nos dentes e disse deslumbrado que as camas da mansão eram ma-ra-vi-lho-sas, mas que a do chefe era mais (seria uma daquelas “kings”… travesseiros e edredons de penas de ganso?). Para encobrir o chefe de tão “tenebrosas transações”, caíram no crime: violaram sigilo bancário. O mandante permanece incógnito. Tá certo…
Fico tonta com tantos boatos sobre tantos lugares para “tenebrosas transações”, donde fico sem saber: o poder é afrodisíaco ou causa priapismo – não a doença, mas o estado natural de Príapo, filho de Afrodite? Ponderando que Caetano Veloso acertou ao dizer que é um horror e “nada pode prosperar” quando “todo mundo quer saber com você se deita”, pontuo que fazer aquilo às custas do dinheiro público é da conta de todo mundo! Eis o que tem de prosperar. Sem moralidade hipócrita e vitoriana: onde está escrito que o povo brasileiro tem de pagar pelos prazeres sexuais dos homens públicos?