A importância do 2º turno
A eleição em 2º turno, no cenário político atual, foi o que de melhor poderia ter acontecido ao país. A decisão em 1º turno, por uma pequena margem de votos, suscitaria toda ordem de questionamento, prolongando a crise política que já se arrasta há quase
Publicado 25/10/2006 20:09
O sufrágio em 2º turno, uma nova eleição, é bom para o país, para os candidatos e para os eleitores, porque tem o mérito de permitir o debate de idéias, de legitimar o pleito e pacificar o país, eliminando o risco de divisão e confrontos entre as forças políticas.
Para o país porque:
1- confere maior legitimidade ao pleito,
2- retira da oposição o ímpeto de questionar o resultado eleitoral,
3- força os candidatos a assumirem compromisso em torno de idéias, programas e políticas públicas, e
4- os perdedores tendem a reconhecer o resultado, evitando conflitos regionais ou setoriais.
Para os candidatos porque:
1- possibilita a oportunidade de expor suas idéias e programas para os eleitores,
2- dá a chance de mostrar suas qualidades e expor os defeitos do adversário, com igual tempo nos debates e no horário eleitoral gratuito, e
3- cria condições para formar alianças e tentar o apoio de setores que lhes foram hostis no 1º turno.
Para os eleitores porque:
1- dá a chance de conhecer melhor cada candidato, suas idéias, programas e visão política e ideológica,
2- não dará carta branca ao eleito, que terá que assumir compromisso tendo como referências propostas concretas, e
3- força os candidatos a considerarem seus pleitos entre os compromissos e programas.
Até para o presidente Lula, no caso de reeleito, o 2º turno terá sido providencial para sua governabilidade. Sua eventual eleição em 1º turno, ainda que tivesse carta branca em relação ao programa de governo, provocaria uma série de questionamentos éticos, econômicos e regionais, que o 2º turno permitirá aliviar de modo substantivo.
Em conclusão, pode-se inferir que os dois principais méritos do 2º turno, depois da legitimação da eleição, são: os compromissos em torno dos programas de governo,. o banho de humildade a que se submete o candidato favorito no 1º turno, e o senso de realidade a que são submetidos a equipe e os partidos da coligação vitoriosa.