OMS garante US$ 1,7 bilhão com investimentos no G20

Sob liderança brasileira no G20, Organização Mundial de Saúde conseguiu 70 compromissos para arrecadar valor; meta é alcançar US$ 3,7 bilhões

Coletiva à imprensa em conjunto com o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e a Ministra da Saúde, Nísia Trindade. Foto: Ricardo Stuckert

A rodada de investimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) já arrecadou US$ 1,7 bilhão em recursos. O valor conta com 70 compromissos e foi anunciado em coletiva pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, na última terça (19), acompanhado do presidente Lula e da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Esta foi a agenda que finalizou os encontros do G20.

A rodada de investimentos permite que os países troquem pagamento de dívidas por investimentos com resultados para a saúde. A iniciativa visa arrecadar US$ 3,7 bilhões ao total para implementar ações da Organização.

O líder da Organização agradeceu a liderança brasileira no G20. Segundo ele, “a rodada de investimentos mobilizou recursos para poder implementar a estratégia global da OMS para manter o mundo seguro e salvar 40 milhões de vidas durante os próximos 40 anos”, disse Tedros, ao indicar como exemplo a importância da Organização durante a pandemia de Covid-19.

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Por sua vez, Lula criticou a falta de empenho mundial em prol da saúde. Para o presidente é impensável que o orçamento mundial gasto em guerras gira em torno de US$ 2,4 trilhões ao ano enquanto a OMS tem somente US$ 2 bilhões para salvar vidas.

“Para destruir vidas e para destruir a infraestrutura que levou anos para ser construída os países ricos investem muito mais do que para salvar vidas. Essa é a contradição do mundo em que vivemos hoje. E é por isso que trouxemos ao debate o tema da desigualdade, do combate à fome e à pobreza ao G20. É muito difícil convencer as pessoas a discutirem os temas de necessidade básica”, afirmou Lula.

O presidente explicou que já participou de diversos fóruns como G20 e G7 e temas para atender os mais pobres dificilmente aparecem nas discussões. Como coloca, o problema não é falta de dinheiro, mas de definição de prioridades. A exemplo, citou a quantidade superior de vacinas à população que alguns países tinham em comparação com outros países, onde faltaram.

Ao completar sua fala, Lula colocou seu mandato e sua existência a favor da causa da saúde, que irá cobrar as futuras lideranças do G20 para ter a mesma atitude e disse ser um soldado da causa: “enquanto eu estiver vivo vocês terão um soldado para que a gente dê aos mais de 8 bilhões de habitantes da terra a oportunidade de serem salvo pela medicina”, completou.