Desmatamento na Amazônia cai 30% e no Cerrado 25%

Imagens do Prodes revelam menor desmatamento em 15 anos na Amazônia; no Cerrado a taxa volta a cair depois de 4 anos. Os dados foram apresentados nesta quarta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e as ministras Luciana Santos e Marina Silva

Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)

O governo Lula tem apresentado resultados consistentes no que diz respeito à queda do desmatamento no Brasil. Na quarta-feira (6), foram apresentados os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) que apontam para a redução da taxa de desmatamento na Amazônia e no Cerrado em 2024.

De acordo com os números, entre agosto de 2023 a julho de 2024 o desmatamento atingiu 6.288 km² de área na Amazônia, portanto houve queda de 30,63% em comparação com o mesmo período anterior. O valor representa a maior valor de queda percentual em 15 anos.

O sistema Prodes, mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), ainda observou a redução do desmatamento no Cerrado. Para tal, o sistema utiliza imagens de satélites com precisão de 10 a 30 metros.

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Com taxa de 8.174 km² entre agosto de 2023 e julho de 2024, a redução chega a 25,8% em comparação com o período anterior e marca a primeira queda no desmatamento do Cerrado em 4 anos.

Compareceram na divulgação dos números o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

No ato ainda foi assinado o Pacto Interfederativo pela prevenção e controle do desmatamento ilegal e dos incêndios florestais no bioma Cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecidos em conjunto como Matopiba – uma área onde os interesses agropecuários tem avançado sobre os recursos naturais.

A ministra Luciana Santos destacou que a queda no desmatamento se reflete também na redução nas emissões de gases de efeito estufa: “É possível fazer um cálculo, ainda que de forma simplificada, mas usando dados da literatura científica (referência) que essa taxa de decréscimo do desmatamento vai estar refletida no próximo Inventário Nacional de Gases de Efeito de Estufa. O Brasil dá sinais ao mundo de que política de proteção dos seus biomas se faz com ações”, ressaltou.

Conforme colocou o vice-presidente, ao se somar os dados dos dois últimos anos a redução do desmatamento na Amazônia passa os 45%.

Já a ministra do Meio Ambiente ressaltou a importância de alcançar estes números, lembrando que o governo federal tem uma meta ousada de zerar o desmatamento no Brasil até 2030.

“A diminuição do desmatamento no Cerrado e na Amazônia é fruto de uma nova compreensão de que nós estamos fazendo mais do que uma política de governo, nós estamos fazendo uma política de país, mais do que uma política de país, uma política de Estado e uma contribuição para nós mesmos e para o mundo. O problema da mudança do clima já é uma realidade avassaladora. Isso é uma esperança”, disse Marina Silva.