Festa da juventude comunista grega chega aos 50 anos de muita vitalidade

O Festival KNE-Odigitis, há 50 anos, celebra a resistência socialista, conectando lutas internacionais por justiça e igualdade com participação de figuras e eventos globais.

Foto: reprodução/Instagram @festivalkne

Há mais de 50 anos, a Juventude Comunista da Grécia (KNE) e o jornal/revista Odigitis realizam, no país do mar Egeu, um dos maiores encontros culturais e políticos da Europa. O Festival KNE-Odigitis completou 50 anos em 2024 e teve sua última edição realizada entre os dias 18 e 21 de setembro em Atenas.

Através da presença de Ana Prestes, da direção nacional do partido, e Tiago Alves, da direção do partido em Minas Gerais e da comissão nacional de juventude, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Festival Vermelho – festa brasileira análoga com duas edições realizadas – estiveram representados no evento. A participação contribuiu para fortalecer a ponte entre as lutas gregas e brasileiras por um mundo de igualdade, solidariedade e superação das explorações de classes em todos os cantos. 

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Dessa forma, o Festival Vermelho ganha força e experiência, enquanto novo expoente de celebração, debate e integração das esquerdas na América do Sul.

Nascimento de uma “Odigitis”

A primeira edição do Festival se deu no estádio Zografo, em setembro de 1975, para homenagear o boletim informativo da juventude grega, que leva o nome de Odigitis, “guia” em grego. O evento constituiu à época também um espaço fundamental para a organização da KNE, na medida em que a entidade realizou ali seu primeiro congresso. A atividade foi inspirada em duas atividades realizadas no ano anterior e que tiveram presença de uma delegação grega, a Fête de l’Humanité, realizada na França, e o Festival Mundial das Juventudes Democráticas, realizado na antiga Alemanha Oriental. 

Neste primeiro ano, a atividade aconteceu apenas em Atenas, mas já saiu com a orientação de que as celebrações deveriam ser realizadas em todo o país, das menores aldeias, passando pelas diversas ilhas, até chegar nos grandes centros urbanos do país.

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A KNE tem meio século de resistência, na Grécia, pela construção do socialismo. Desde seu início em 1975, o Festival se consolidou como um espaço de expressão artística e política. Ao longo dos anos, figuras renomadas como o poeta Yannis Ritsos e o músico Manos Loïzos participaram de suas edições. O evento cresceu em dimensão e significado, refletindo as lutas do país, especialmente em momentos críticos como a repressão aos movimentos estudantis nos anos 1980.

Exposição e documentário homenageiam cinquentenário

Com uma edição especial, trazendo o tema “Estamos fazendo história, mudando o mundo – Nosso futuro é o socialismo”, e uma grande exposição comemorativa, montada no parque Antoni Tritsis, o 50º Festival KNE-Odigitis reforçou o compromisso da KNE com a luta por uma sociedade livre de exploração capitalista​.

Um vídeo documentário com imagens históricas, fotos, recortes de jornais e entrevistas com personagens dessa linda história também foi produzido com o objetivo de contá-la e preservar também a memória do festival, da KNE, do KKE e da própria Grécia. O vídeo completo pode ser visto abaixo.

Ao longo desse meio século, o festival evoluiu de um evento local para uma celebração de alcance nacional, de forma descentralizada com atividades em diversas cidades, culminando com grandes eventos em Atenas.

Além de suas atrações culturais, o festival também atraiu ao longo de sua história intelectuais, escritores e pensadores políticos da Grécia e de outros países, que compartilham dos mesmos valores. O festival promove uma atmosfera de solidariedade global, reafirmando o compromisso da KNE com a luta internacional por justiça social e igualdade.

O site do Festival possui um excelente material para quem se interessar mais com cartazes, fotos e informações sobre cada uma das edições no link:  https://festival.kne.gr/50o-festival/istoria/

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