Desemprego cai a 6,8% no trimestre e vai à menor taxa da série histórica, diz IBGE

A combinação de políticas públicas voltadas para o investimento produtivo, a formalização do mercado de trabalho e o aumento da renda das famílias tem impulsionado a geração de empregos e o crescimento econômico

Imagem do fluxo de comércio no centro de São Paulo

A recente divulgação dos dados de emprego pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou sinais positivos para a economia brasileira, com a taxa de desocupação, também conhecida como taxa de desemprego, atingindo 6,8% no trimestre encerrado em julho de 2024. Este número representa uma queda significativa em comparação aos 7,9% observados no mesmo período de 2023 e aos 7,5% registrados no trimestre encerrado em abril deste ano. Esse resultado evidencia a força do mercado de trabalho no Brasil, mesmo em um contexto de desafios econômicos.

A força do mercado de trabalho

A queda na taxa de desocupação para o menor patamar desde o início da série histórica em 2012 reflete uma série de fatores estruturais que têm fortalecido a economia e gerado empregos. Entre os principais elementos que contribuíram para essa melhora estão as políticas públicas e os investimentos anunciados pelo governo Lula, como a sustentação do investimento produtivo, a Nova Indústria Brasil, o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a retomada do Minha Casa Minha Vida.

Esses investimentos, combinados com programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e a valorização do salário mínimo, têm impulsionado a capacidade de consumo das famílias e incentivado o crescimento dos investimentos públicos e privados. Esse cenário tem gerado um impacto positivo não apenas na criação de empregos, mas também na formalização do mercado de trabalho.

Formalização e confiança no mercado de trabalho

Os dados do IBGE revelam que a população ocupada atingiu 102 milhões de pessoas, o maior contingente para o período desde 2012, com um aumento de 1,2% no trimestre e 2,7% no ano. Além disso, a formalização no mercado de trabalho continua a crescer, com o número de empregados com carteira assinada chegando a 38,5 milhões, um recorde na série histórica. Esse aumento na formalização é um indicativo de maior estabilidade e segurança para os trabalhadores, que agora têm mais confiança na possibilidade de encontrar melhores oportunidades de emprego.

Outro dado relevante é a queda na população desocupada, que caiu 9,5% em relação ao trimestre anterior e 12,8% na comparação anual, atingindo 7,4 milhões de pessoas. A redução no número de desempregados e a melhoria na renda do trabalho, que cresceu 4,8% no ano, têm contribuído para a expansão do consumo das famílias, gerando mais demanda por bens e serviços e, consequentemente, mais empregos.

Evolução do número de desempregados no país em milhares de pessoas:

Desafios e perspectivas

Apesar dos sinais positivos, o cenário econômico ainda enfrenta desafios significativos. O mercado financeiro, por exemplo, tem pressionado o Banco Central a aumentar as taxas de juros, argumentando que a força do mercado de trabalho pode estar pressionando os preços dos serviços. No entanto, a inflação no Brasil tem se mantido dentro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, e as expectativas de alta na taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano, são motivo de protestos, inclusive do Governo.

A estratégia de manter os juros elevados tem sido criticada, pois pode restringir o crescimento econômico e a geração de empregos. O mercado financeiro, ao aumentar suas expectativas de inflação, busca influenciar as decisões do Banco Central, mesmo com o governo conseguindo manter a inflação sob controle.

Impacto das políticas econômicas

A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, destacou que a expansão da ocupação no comércio, impulsionada pelo emprego formal, tem contribuído para a melhoria da cobertura de formalidade no setor. Além disso, a taxa de subutilização, que mede a proporção de pessoas desocupadas ou subutilizadas em relação à força de trabalho, segue em tendência de baixa, atingindo 16,2%.

Esse cenário reflete o impacto das políticas econômicas e sociais adotadas pelo governo, que têm promovido a inclusão social e o crescimento sustentável. Com a continuidade dos investimentos públicos e das políticas de transferência de renda, a expectativa é de que o mercado de trabalho continue a se fortalecer, proporcionando melhores condições de vida para a população brasileira e consolidando o país em uma trajetória de crescimento sustentável.

Os números do desemprego em julho de 2024 mostram que a economia brasileira está no caminho certo, com o mercado de trabalho demonstrando resiliência e força. A combinação de políticas públicas voltadas para o investimento produtivo, a formalização do mercado de trabalho e o aumento da renda das famílias tem impulsionado a geração de empregos e o crescimento econômico. No entanto, é crucial que o governo continue a monitorar os desafios econômicos, especialmente as pressões do mercado financeiro por juros mais altos, para garantir que o país mantenha sua trajetória de crescimento sustentável e inclusão social.

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