“Mundo está um pouco menos injusto hoje”, diz Lula sobre libertação de Assange

Fundador do Wikileaks foi libertado da prisão de segurança máxima em Belmarsh e seguirá para seu país natal, a Austrália, após selar acordo com a Justiça dos EUA

Lula e John Shipton. pai do jornalista e fundador do Wikileaks, Julian Assange Foto: Ricardo Stuckert/ PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou, nesta terça (25), a libertação do jornalista e fundador do Wikileaks, Julian Assange. Nas redes sociais, o presidente brasileiro classificou o fato como “uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”.

“O mundo está um pouco melhor e menos injusto hoje. Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso. Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”, publicou no X, o antigo Twitter.

O jornalista deve se declarar culpado nesta quarta (26), em um tribunal nas Ilhas Marianas do Norte, por violar a lei de espionagem dos EUA, em um acordo que encerrará sua prisão no Reino Unido e permitirá que ele encerre sua odisseia e retorne para casa, na Austrália.

Segundo o acordo, em um tribunal americano na ilha de Saipan, ele se declarará culpado por conspiração por obter e disseminar informações de defesa nacional dos Estados Unidos.

O irmão do fundador do Wikileaks, Julian Assange, também agradeceu autoridades que se manifestaram em apoio ao jornalista, entre elas, o presidente Lula. Gabriel Shipton afirmou à emissora britânica Sky News que personalidades como o Papa Francisco e o presidente brasileiro foram determinantes para a libertação de Assange.

“Eu venho trabalhando em Washington, em congressos defendendo a liberação de Julian, durante os últimos três ou quatro anos. Conquistar a liberdade de Julian Assange tem sido um esforço global, e é crédito de todos”, agradeceu Shipton.

“Do Papa, que defendeu Julian, o presidente Lula, do Brasil, o primeiro-ministro australiano, todos fizeram parte desse esforço global”, disse o irmão de Assange.

Lula foi um dos maiores ativistas pela libertação do jornalista, perseguido pela Justiça dos Estados Unidos por revelar mais de 700 mil documentos em que o país desrespeitava os direitos humanos na guerra do Iraque e do Afeganistão, além de violar a soberania nacional.

Em maio, diante da possiblidade de extradição de Assange, o presidente brasileiro pediu sua libertação.

“Julian Assange, o jornalista que deveria ter ganhado o Prêmio Pulitzer ao revelar segredos dos poderosos, ao invés disso está preso há 5 anos na Inglaterra, condenado ao silêncio de toda a imprensa que deveria estar defendendo a sua liberdade como parte da luta pela liberdade de expressão. Espero que a perseguição contra Assange termine e ele volte a ter a liberdade que merece o mais rápido possível”, publicou no Twitter.

Em setembro de 2023, durante seu discurso na abertura da 78ª Assembleia das Nações Unidas, em Nova Iorque, Estados Unidos, Lula reiterou seu apoio ao australiano, afirmando que ele “não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima”.

“É fundamental preservar a liberdade de imprensa. Um jornalista, como Julian Assange, não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima”, declarou o brasileiro.

Autor