Bolsonaro tem planos ditatoriais para eventual 2º mandato
Projeto para se manter no poder, controle do STF, da mídia e universidades estão na mira de Bolsonaro; cientista da FGV observa que eventuais casos acarretarão sanções internacionais.
Publicado 13/10/2022 18:37 | Editado 13/10/2022 19:00
Em entrevista à jornalista Renata Lo Prete para o podcast do G1, “O Assunto”, o cientista político Fernando Abrucio, da FGV-SP, enxerga que existe um projeto de longo prazo de Jair Bolsonaro (PL) para se perpetuar no poder, caso seja reeleito.
A primeira atitude seria o de controle do Supremo Tribunal Federal (STF), sendo que a última instância do poder judiciário foi o principal controle acionado contra os excessos de Bolsonaro em seu primeiro mandato.
A fórmula, segundo o pesquisador, é importada de outros países e começa com o aumento de ministros da corte para controlá-la.
No entanto, Abrucio avalia que isso só aconteceria se o STF não demonstrar nenhuma reação, o que seria muito difícil, uma vez que o tribunal, ainda este ano, tomará uma decisão quanto à constitucionalidade do Orçamento Secreto.
Caso seja considerado inconstitucional, a base política de Bolsonaro é desmontada, por isso a necessidade de controle sobre o judiciário. A partir daí, os próximos passos autoritários poderiam ser de uma tentativa de controle sobre a Câmara por um acordo mais profundo com ‘centrão’ e ter um Senado com maioria bolsonarista.
O avanço dessas etapas poderia caminhar para a tentativa de mudar a Constituição e, com isso, controlar o que quiser: tentativa para um terceiro mandato, controle da mídia, das universidades, entre outras situações.
Para concluir, Abrucio diz que este cenário, de um governo autocrático de Bolsonaro, seria acompanhado de sanções internacionais pela questão climática e dos direitos humanos.
Isto faria o Brasil perder mercado, o que agravaria a crise econômica. Assim, a prioridade que deveria ser o combate às desigualdades sociais seria ainda mais deixada de lado por falta de dinheiro, com acirramento da violência política e prioridade na questão de valores e costumes.