Alckmin prega vitória no 1º turno: “Melhor para o povo, melhor para a economia”

Em sabatina promovida pelo Uol e Folha, candidato a vice-presidente da chapa com Lula, Geraldo Alckmin falou que “contestação de urna eletrônica é ridícula”.

Foto: Reprodução Redes Sociais Geraldo Alckmin

O candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) participou nesta quinta-feira (29) de sabatina feita pelo portal Uol com a Folha de São Paulo. Durante a conversa falou sobre a importância de vencer no 1º turno, sobre os ataques às urnas feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o julgamento parcial de Lula pelo ex-juiz Sérgio Moro, impeachment de Dilma Rousseff, agronegócio, entre outros temas.

1º turno

Na sabatina o ex-governador de São Paulo ressaltou a importância de uma vitória no 1º turno ao dizer que todo candidato quer vencer já nesta etapa e destacou que será melhor para o Brasil.

“É melhor para o Brasil, porque sai dessa confusão, briga, pode ter morte, pode ter acidente […] Melhor para o povo, melhor para a economia”, falou Alckmin.

Ataque às urnas

Sobre a contestação de Bolsonaro quanto ao sistema eleitoral, classificou como “ridícula”.

“Essa contestação de urna eletrônica é ridícula. O Bolsonaro foi eleito 5 vezes pela urna eletrônica. Agora ela não funciona mais? Na última eleição ele foi eleito presidente da República. Quem poderia reclamar sou eu, que perdi a eleição. E os três filhos foram eleitos pela urna, não tem o menor sentido”.

Segundo o candidato do PSB, o ataque às urnas é diversionista para tirar o foco dos reais problemas do país.

“Ao invés de tratar de uma agenda dos problemas reais do país, salário mínimo, preço de comida, 33 milhões na fome, fica nesse diversionismo. É o estilo autoritário, afirmou”.

Eleições 2018 e impeachment

Sobre o julgamento injusto que objetivou tirar Lula da disputa das eleições em 2018, Alckmin foi categórico: “O Lula em 2018 foi injustiçado e a população reconhece isso”.

Para ele, o fato de o juiz Sérgio Moro depois ter feito parte do governo Bolsonaro deixou claro a estranheza do julgamento.

“O Moro tendo sido o juiz da causa que tirou o Lula da disputa [eleitoral], depois aceitar ser ministro de quem ganhou é estranho, não é normal isso”.

Ao falar sobre o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, ponderou que nos termos legais não se pode falar golpe, pois o processo passou pelo Supremo Tribunal Federal, mas acentuou que foi injusto o que fizeram, dado que a “pedala fiscal” foi o pretexto escolhido para a abertura do processo – instrumento que outros gestores em diferentes escalas realizam.

“Não pode dizer que foi golpe, porque quem presidiu foi o Supremo Tribunal Federal. Se perguntar se foi injusto, eu acho que foi. […] A Dilma é uma pessoa correta, honesta, com quem eu tive sempre um bom relacionamento. Fizemos diversas parcerias, eu era sempre criticado por tratá-la bem”, comentou.

Agronegócio

Quando questionado sobre parte do agronegócio resistir a Lula, Alckmin indicou que a situação já está mudando e salientou que “comprar um trator na época do Lula era 3,5%, hoje é de 12,5% a 16,5%. É muito mais caro, muito mais difícil”.

Também disse que a gestão do ex-presidente foi responsável por financiar armazém, equipamentos e por dobrar a produção agrícola.

Agricultura, meio ambiente e armas

Em outras partes da entrevista destacou que “o desmatamento não é feito por agricultor”, mas sim por grileiros de terra.

Ao dizer isso, responsabilizou o governo federal por um desmonte em diversas áreas que atrapalha a convivência harmônica entre diferentes setores.

“O que está havendo hoje no governo é um desmonte. Não deixam o Ibama fiscalizar, a Funai não pode atuar, a cultura trabalha contra o artista, a Fundação Palmares não respeita o negro. Então está se tendo um desmonte do aparelho de estado que não é correto”.

O ex-governador também entende ser necessária a regressão do número de armas, mas defendeu que os habitantes de zona rural possam ter armamentos, assim como o ex-presidente Lula.

MST

Na sua fala ainda descartou o preconceito contra o MST que a sociedade tinha e falou sobre como o movimento é importante para o campo e o cooperativismo.

“Fui inaugurar uma cooperativa lá em Andradina, uma indústria de laticínios. Produz queijo, manteiga, vai até exportar. É outro momento”, disse.