Campanha Contra a Violência no Campo é lançada com apoio do CNDH

Em Brasília, nesta terça-feira (2), foi lançada a “Campanha Contra a Violência no Campo: em Defesa dos Povos do Campo, das Águas e das Florestas”.  Com apoio do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), o evento ocorreu na sede da entidade e faz parte da programação da 6ª Semana Social Brasileira.

Segundo análise da Comissão Pastoral da Terra (CPT), os dados referentes à violência no campo dos últimos dez anos apontam crescimento gradativo, atingindo, nos últimos dois anos, 5,5 milhões de pessoas. Os assassinatos aumentaram 75%, enquanto o trabalho escravo cresceu 113%, em 2021.

Fortalecimento

De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Darci Frigo, o lançamento da campanha, significa dizer que a instituição que representa precisa ser fortalecida para cumprir o seu dever. “Não importa quem esteja no poder, pois estamos pela causa dos Direitos Humanos e em defesa daqueles que mais precisam desse instrumento para fortalecer as suas lutas”, disse.

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Já a advogada e ativista da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) Alessandra Farias, destacou que o lançamento tem como objetivo sensibilizar a sociedade brasileira para a violência do país, principalmente no campo e nas periferias. Além disso, pretende dar visibilidade aos dados referentes à causa e endossar outras iniciativas.

“Objetivo é articular outras campanhas que atuam com a temática e que fazem o enfrentamento à violência no campo, como a campanha contra a grilagem de terras, a campanha contra os agrotóxicos e pela vida. Articular iniciativas e ações de proteção aos defensores e defensoras de direitos humanos que estão em situação de ameaça e vulnerabilidade”, falou  

Também participaram da mesa de abertura, conduzida por Jordana Ribeiro do MST e Carlos Lima da CPT, Alair Luiz dos Santos, secretário de Política Agrária da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Dom José Ionilton, presidente da a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Sandra Maria Andrade da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

Relatos

Durante o lançamento foram apresentados relatos de casos de violência contra os povos indígenas, pela Aty Guasu (Grande Assembleia do povo Guarani e Kaiowá), do Mato Grosso do Sul, e também do Território Campestre, comunidade Alegria, do município de Timbiras (MA). Ainda foram apresentados dados atualizados sobre a violência no campo, sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI),. Também foi feita a divulgação de uma Carta Compromisso contra a Violência no Campo, para que os candidatos e candidatas nas eleições de 2022 possam aderir.

Assista como foi o lançamento: