Parlamentares do PCdoB pedem justiça no caso do menino Miguel

Criança morreu ao cair do 9º andar de um prédio em Recife onde sua mãe trabalhava. Deputados criticam postura da empregadora, apontam negligência e cobram justiça no caso.

(Foto: Reprodução)

A morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, em Recife, repercutiu no Parlamento nesta quinta-feira (4). A criança caiu do 9º de um prédio onde sua trabalhava. Segundo vídeos e relatos, Miguel teria saído sozinho à procura da mãe, que passeava com os cachorros da patroa, teria se perdido no edifício e caiu de uma altura de 35 metros. 

Deputados do PCdoB se solidarizaram com a mãe da criança, Mirtes Renata Souza, e cobraram justiça no caso.  Perpétua

“Eu sinto frio na barriga, raiva, desespero, tristeza, só de imaginar a crueldade da patroa que deixa uma criança de 5 anos sair sozinha, aos prantos, à procura de sua mãe. Mãe que desceu para levar o cachorro da patroa para passear. A criança sai no 9º andar, cai da janela e morre. Uma patroa que não respeitou a mãe que precisou levar o filho para o trabalho. Uma patroa que não abraçou ou acolheu uma criança que sentiu falta da mãe. Essa recusa do cuidado e do carinho negados a uma criança teria sido porque a criança era negra? Que tristeza, meu Deus! Precisamos de justiça”, afirmou a líder da bancada do PCdoB, Perpétua Almeida (AC).

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também comentou o caso, apontando a cruel realidade vivida por milhares de famílias brasileiras. “A mãe, doméstica, teve que levar o filho ao trabalho, já que a patroa não cumpre o isolamento e a creche não está aberta. A madame manda a empregada passear com o cachorro. A madame deixa a criança ao léu; o pior acontece. Para madame, a criança pobre não conta. #justicapormiguel”, disse o parlamentar em sua rede social.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o caso é um “conjunto de barbaridades de nosso país” e cobrou a prisão da empregadora. “Não há justiça se a mulher que permitiu que Miguel descesse pelo elevador não for presa! #justicapormiguel”, tuitou a parlamentar.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também comentou o caso. Para ela, a morte de Miguel revela “a complexidade do racismo estrutural que existe no nosso país”. “Com creches e escolas fechadas por conta da pandemia, o pequeno Miguel ia trabalhar com a mãe, Mirtes Renata, empregada doméstica, que não teve o direito de ficar em casa – uma realidade vivida por muitas brasileiras neste isolamento social. A patroa pagou fiança e já está livre, enquanto a mãe chora a morte do filho”, lamentou a parlamentar.

Um abaixo-assinado “Justiça por Miguel” vem sendo amplamente divulgado nas redes sociais e já conta com mais 480 mil assinaturas. A ação tem como objetivo pressionar as autoridades para que o caso receba a atenção devida. 

Entenda o caso

Miguel é filho de uma empregada doméstica que trabalhava em um apartamento de um prédio no centro de Recife e teria saído sozinho pelo edifício quando caiu de uma área comum do 9º andar, de uma altura de 35 metros. A suspeita é de acidente, segundo a perícia do Instituto de Criminalística. A grade do guarda-corpo do prédio ficou com marcas, sugerindo que o menino subiu no local, e a barra quebrou com o peso da criança. A sacada da área comum não tinha tela de proteção.

A patroa da mãe da criança foi detida na quarta-feira (3) pela Polícia Civil de Pernambuco suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

Segundo a polícia, a mulher teria negligenciado e se omitido de cuidar do menino enquanto a empregada doméstica saiu do apartamento para passear com o cachorro da família.

Após pagar uma fiança de R$ 20 mil, a investigada obteve liberdade provisória. Imagens do circuito de segurança do condomínio apontaram que o menino foi deixado sozinho dentro do elevador pela patroa, instantes após a doméstica sair para passear com o cachorro.

O menino saiu à procura da mãe e acabou se perdendo no prédio, vindo a cair fatalmente do 9º andar

Fonte: PCdoB na Câmara com agências

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