Agenda de Bolsonaro exclui o povo brasileiro

 A desigualdade social, a falta de emprego, de dinheiro e de perspectivas, de acesso à saúde, à educação, à segurança e à assistência que atingem a grande maioria de nosso povo, provocando toda ordem de sofrimento, não sensibilizaram o governo Bolsonaro. Não é novidade que sua meta é implantar uma cruel agenda neoliberal – aos moldes daquela que, hoje, revolta a população chilena.

Por Abigail Pereira, vice-presidenta do PCdoB-RS

Desigualdades

 Sem falar na agenda ultraconservadora da moral e dos costumes, no estímulo ao ódio e à violência, dos sucessivos ataques ao meio ambiente e do projeto autoritário que almeja. Se focarmos simplesmente no plano sócio-econômico, no cotidiano das pessoas, é estarrecedora a falta de empatia e de cuidado de um presidente com seu próprio povo. Repito: seu povo.

O Brasil tem amargado dados cada vez piores de desigualdade e renda. A Pnad Contínua mostrou, nesta semana, que em média 50% da população vive com menos da metade do salário mínimo, R$ 413 reais por mês. E a imprensa traz hoje dados do IBGE mostrando que os 10% mais ricos têm rendimento 13 vezes superior ao dos 40% mais pobres, maior desigualdade de dos últimos anos. Portanto, o abismo que separa o aumento do rendimento dos mais abastados e a queda no dos mais pobres cresceu desde 2016, ano do golpe. Outros fator importante para entender o quadro atual é o desemprego, que atinge mais de 12,5 milhões de pessoas, e a taxa de informalidade, que passa de 40%, a maior desde 2015.

Diante de um cenário tão duro, Bolsonaro e seu governo nada fazem pela população. Ao invés disso, conseguiram aprovar uma reforma previdenciária infame e, agora, apresentam PECs que têm o potencial de piorar ainda mais a vida das pessoas. Uma delas pode abrir caminho para flexibilizar os percentuais destinados à saúde e à educação, incluindo custos com aposentadorias, o que levará à redução dos valores fixados para essas áreas, que já sofrem com o congelamento de investimentos aprovado ainda no governo Temer.

Não adianta, portanto, como muitos defendem (por ingenuidade ou ignorância) torcer e ajudar o governo a dar certo “pelo bem do país”. O próprio governo não almeja este bem; quer, sim, implantar um projeto antipovo e autoritário, que beneficia determinados setores da iniciativa privada em detrimento dos interesses da nação. O caminho é unir forças, esclarecer a população e mobilizá-la para barrar a destruição do Brasil.