Publicado 04/04/2018 16:28

Na véspera do julgamento que discute prisão em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou estar “atento às suas missões institucionais”. Em comentário a mensagem do general, o comandante militar da Amazônia até o mês passado, general Antonio Miotto, afirmou: “Comandante! Estamos juntos na mesma trincheira! Pensamos da mesma forma! Brasil acima de tudo! Aço!”.
O chefe do Estado Maior do Exército, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (4) que a fala de Villas Bôas é a opinião da corporação. ” Se o comandante do Exército se manifestou, essa é a opinião do Exército”, disse.
Manuela postou mensagem no Twitter afirmando que deve-se respeitar o Estado Democrático de Direito e a Constituição e que esta insinuação pode ser um pretexto para um golpe nas eleições deste ano. “É tempo de se fazer respeitar o Estado Democrático de Direito e a Constituição”.
é tempo de se fazer respeitar o Estado Democrático de Direito e a Constituição. A saídas pra crise passam por mais democracia: eleições diretas, respeito ao voto popular e às liberdades democráticas. https://t.co/FcE7ADe0VD
— Manuela (@ManuelaDavila) 4 de abril de 2018
"Eu sou pré-candidata à presidência. E defendo #LulaLivre. Porque jurei respeitar a Constituição construída com muita luta pelas brasileiras e brasileiros depois de 20 anos de ditadura militar. E quem o fez tem obrigação de defender a presunção da inocência".
Para a pré-candidata, as saídas para crise “passam por mais democracia: eleições diretas, respeito ao voto popular e às liberdades democráticas”, afirmou Manuela, compartilhando uma mensagem do governador do Maranhão (PCdoB), Flávio Dino.
Ex-juiz federal e conhecedor do Direito, Flávio Dino ponderou.”No Estado de Direito, cada um tem o seu papel institucional: ao comandante do Exército não cabe interpretar a Constituição nem dizer o que é impunidade. Para isso existem os 3 Poderes, especialmente o Supremo Tribunal Federal”.
No Estado de Direito, cada um tem o seu papel institucional: ao comandante do Exército não cabe interpretar a Constituição nem dizer o que é impunidade. Para isso existem os 3 Poderes, especialmente o Supremo Tribunal Federal.
— Flávio Dino (@FlavioDino) 4 de abril de 2018
Segundo Flávio Dino, em postagem em sua página no Facebook, “em nenhuma democracia do Planeta um comandante do Exército se pronuncia nesse tom às vésperas de um julgamento importante da Suprema Corte.”