Manuela no FSM: "Transformar as lágrimas em muita luta"
“Nenhuma Assembleia Mundial de Mulheres foi tão importante quanto essa, porque nesse Fórum nós construiremos a maior resposta que podemos dar àqueles que buscaram eliminar Mariele da luta do povo, da luta das mulheres, da luta do negro, da luta das comunidades, é a de transformar nossas lágrimas em luta, em muita luta”, disse Manuela D’Ávila, pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, no ato desta sexta-feira (15), no Fórum Social Mundial, em Salvador.
Publicado 16/03/2018 16:19
Manuela fez uma saudação às mulheres brasileiras e companheiras latino-americanas presentes na Assembleia Mundial de Mulheres, no Fórum Social Mundial (FSM2018). "Dos países que resistem as saídas ultraliberais que vem sendo construídas para essa crise econômica", disse.
Recordando o lema da primeira edição do Fórum Social, a pré-candidata comunista afirmou que o Fórum, constituído há quase duas décadas, sempre foi um espaço de união para resistir ao neoliberalismo. “Ousamos dizer que um outro mundo era possível.”
Naquela época, relembra Manuela, falávamos que homens e mulheres não poderiam ser mais ultra explorados e que a dignidade, a participação, o brilho no olho, a esperança pudessem ser elementos da nossa vida cotidiana. Passadas duas décadas (…) o Fórum tem como marca a resistência das mulheres e a busca por saídas para a crise financeira e para as feridas geridas por essa crise que prejudicam os trabalhadores e trabalhadoras, e que oprimem, principalmente, as mulheres no Brasil e no mundo”.
Muito aplaudida, a pré-candidata observou a forte desigualdade de gênero e racial ainda existente no Brasil e para ela, somente a resistência pode mudar esse cenário. “Não é igual ser mulher e ser homem num país que não investe em políticas públicas para garantir a dignidade, não é igual ser uma mulher negra nesse país e ser um homem branco”.
Resistir é tranformar
Na Assembleia Mundial das Mulheres, Manuela D’Ávila afirmou que “a homenagem da luta da vereadora Marielle Franco” [executada no Rio de Janeiro na última quarta-feira] deve elevar a resistência dos movimentos de luta.
“A nossa homenagem à Marielle e aos trabalhadores sem-terra que têm morrido aos montes resistindo a esse Estado ultraliberal deve ser a nossa resistência. É lutar contra homofobia, contra o machismo, contra o racismo. Mas é ainda a percepção profunda de que nós só garantiremos os nossos direitos de mulheres, de negros, de negras, de lésbicas, se nós garantirmos países que nos coloquem na construção de seus rumos”.
“A revolução, companheiras, será feminista!”, afirmou, sendo ovacionada pelas mulheres presentes no ato.
Assista a íntegra de sua fala, no vídeo: