Comunistas repudiam ação da PF contra Jaques Wagner
Bastou o ex-governador da Bahia Jaques Wagner ser cotado pelo PT para a disputa eleitoral no lugar do ex-presidente Lula, em caso de impossibilidade de candidatura, para a Polícia Federal deflagrar uma operação em sua residência. A ação aconteceu na segunda-feira (26) e faz parte da Operação Cartão Vermelho, que apura irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova, em Salvador.
Publicado 27/02/2018 10:50
Os policiais chegaram ao apartamento do ex-governador e atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, em Salvador, pela manhã para cumprir mandado de busca e apreensão. Deputados comunistas se solidarizaram com Wagner em suas redes sociais e classificaram a ação de “perseguição política” ao petista.
O presidente estadual da legenda e deputado federal, Davidson Magalhães (BA), afirmou que a ação integra, “inegavelmente, uma agenda política, com base no calendário eleitoral”.
“É uma agenda política de desgaste da liderança [de Jaques Wagner], na medida em que vinha se apresentando como alternativa no cenário nacional”, avaliou.
A correligionária baiana, deputada Alice Portugal, também prestou solidariedade ao ex-governador. Alice afirmou que, em tempos de golpe, “sabemos que não seremos poupados de nenhum tipo de perseguição”, mas reforçou que “não há o que temer”.
Já a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que “não se pode aceitar perseguição política numa democracia, em que cidadãos sejam alvos de ações pirotécnicas por estarem no foco da agenda eleitoral”.
O próprio Jaques Wagner manifestou estranhamento na operação. “Há pronunciamento do TCU dizendo que os preços são normais. Esse processo teve consulta pública, audiência pública e só depois foi feito o edital. Eu acho uma aberração se colocar que a exigência da demolição… um preço ridículo em relação ao preço do conjunto da obra, então eu espero que o processo de inquérito se encerre e que a gente tenha direito de se defender do TRF1”, afirmou Wagner, em coletiva de imprensa.
O ex-governador lembrou que o processo existe desde 2013 e que, em 2017, prestou testemunho sobre o caso e classificou de “desnecessária” a operação. “Estou com minha cabeça absolutamente tranquila, vou aguardar o final desse processo de inquérito, vamos ver o que a PF e o MPF dirão e eu vou me defender com muita tranquilidade, até porque todo esse processo da Fonte Nova foi feito sempre com a participação de consultorias internacionais”, acrescentou.