Líder do PCdoB denuncia prejuízos da população pela cobrança de juros
“As impronunciáveis taxas de juros praticadas pelos bancos na modalidade operacional do crédito rotativo nos cartões de crédito” foram denunciadas pelo líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), em discurso no plenário da Câmara nesta terça-feira (21), quando destacou os prejuízos da população em contraponto aos lucros dos banqueiros.
Publicado 22/06/2016 12:06
O crédito rotativo do cartão é aquela modalidade de financiamento que resulta do não pagamento do saldo integral da fatura por ocasião de seu vencimento, explicou o parlamentar, lembrando que os juros chegaram a 450% ao ano, em média, no crédito rotativo do cartão, reproduzindo dados do Banco Central do Brasil.
“Em um cenário como este é de se esperar que a inadimplência seja elevadíssima. Mais de um terço das pessoas que tomam recursos por meio do rotativo do cartão de crédito não pagam de volta o que pediram emprestado”, avalia Daniel Almeida, destacando que “quando buscam uma solução junto à emissora do cartão para pagar as dívidas que estão no rotativo, as pessoas são ‘agraciadas’ com a taxa ‘módica’ de 150% ao ano”.
Juros X Lucros
O deputado relacionou a cobrança de juros e os lucros que obtiveram no ano de 2015 dos três maiores bancos privados. “O Banco Itaú registrou um lucro líquido equivalente a quase o valor de um programa do tamanho do Bolsa Família, exibindo o número impressionante de R$ 23,36 bilhões. Este número é 15% superior ao auferido no ano de 2014”, afirmou o parlamentar.
O Bradesco obteve R$ 17,18 bilhões de lucro. “O seu desempenho também foi surpreendente, em uma economia que caiu algo em torno de 4%, ele foi capaz de crescer 13,9% no resultado”, disse Daniel, lembrando ainda que “o Banco Santander, embora menor do que esses dois, conseguiu crescer 13,2% com relação a 2014 e gerou mais de R$ 6,6 bilhões de lucro”.
Na avaliação do deputado, “com um setor bancário ávido por lucros como este, não se pode esperar que os consumidores tenham condições satisfatórias para obter linhas de crédito para a aquisição de seus bens e serviços”.
E concluiu: “Assim, o país, que tira do consumo quase dois terços do Produto Interno Bruto (PIB), estará condenado a ver a renda da sua população transferida aos mais ricos, toda vez que procurar o crescimento da sua economia, motivo pelo qual devemos nos esforçar para resolver, de uma vez por todas, essa insuportável situação”.