Porta-voz do golpe, Estadão prega perseguição a movimentos
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi acusado de violento em editorial do jornal O Estadão nesta segunda-feira (6). O veículo, que é porta-voz do governo golpista de Temer, age para criminalizar os movimentos sociais, definidos no referido texto como “inimigos da democracia”. A campanha da mídia tradicional tornou-se uma licença para reprimir. E a tática da violência, prática comum em São Paulo, se fortalece pelo Brasil.
Por Railídia Carvalho
Publicado 06/06/2016 17:58

“As acusações não tem fundamento e demonstram o completo desconhecimento do jornal sobre o funcionamento do programa. Além da seleção para as entidades ser muito rígido, o repasse das verbas não vai para as entidades e sim para as empresas responsáveis por executar a obra. Quem gerencia os recursos é a Caixa Econômica, que é a operadora do programa”, esclareceu Josué.
Criminalização
Para o dirigente, o papel da mídia tem sido justificar a perseguição policial às ações do MTST. “As duas grandes manifestações que fizemos em São Paulo foram duramente reprimidas e de maneira desproporcional. Querem legitimar qualquer ação de criminalização contra o movimento. Qualquer movimento que ouse encarar esse processo que culminou com a entrada do Temer é visto como inimigo da mídia, que é base desse novo governo”, ressaltou.
Retaliação de Temer
Além dos ataques que chegam através da imprensa golpista, o governo Temer começa a retaliar a participação da sociedade nos conselhos de participação social. A denúncia é feita por André Tokarski, secretário nacional de movimentos sociais do PCdoB.
“Isso é um absurdo. Nunca em duas décadas houve intervenção desse tipo. É a prática da caça às bruxas. É interferência na autonomia do conselho”, declarou Ronald. Ele confirmou que a exoneração de Kátia foi motivada pelo fato de o governo entender que ela coordenou os atos em Fortaleza. “E não é real que a Kátia tenha coordenado essas iniciativas”, completou Ronaldo. O conselho vai buscar reverter a decisão.