Ex-ministro afirma que nunca interferiu em projetos do BNDES
Em seu depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, nesta terça-(20), o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse que não conhece atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazendo lobby em favor da Odebrecht". Ele afirmou ainda que nunca interferiu em qualquer projeto em análise do BNDES.
Publicado 20/10/2015 19:48
Ao iniciar sua fala, o ex-ministro destacou a atuação da figura de presidente de conselho do banco, a importância do banco para o desenvolvimento de grandes projetos no país e as ações adotadas visando transparência e governança. Ele defendeu iniciativas para promover empresas brasileiras no exterior e classificou esse tipo e operação como uma ação legítima, feito por todos os países.
"Nunca recebi qualquer pressão de qualquer esfera de poder para pressionar o BNDES para concessão de financiamento", afirmou aos deputados.
O ex-ministro declarou que, pelo cargo que exerceu, reuniu-se com centenas de empresas e dezenas de associações. "Nunca interferi ou tentei interferir em qualquer projeto que estivesse em análise do banco".
Miguel Jorge informou que conhece o ex-presdiente Lula há cerca de 40 anos, mas que não é seu amigo pessoal. "Eu o conheci quando era diretor de Redação do jornal O Estado de S. Paulo e Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. Depois, nos enfrentamos, quando eu era executivo da Volkswagen, mas sempre nos respeitamos", disse.
Ele defendeu que a prática de lobby, em sua concepção de “tentativa de convencimento por meios lícitos”, tornou-se uma atividade “demonizada” no país, após a deflagração da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF). “Não vai mais dar para usar essa palavra lobby no Brasil, depois desse último um ano e meio, porque ela foi demonizada, não tem mais como voltara usá-la na sua acepção correta, como é usada no mundo todo”, disse o ex-ministro.
O ex-presidente Lula tem rechaçado acusações veiculadas na mídia de que ele teria atuado em favor da Odebrecht no exterior. Segundo ele, "só uma imprensa cega de preconceito e partidarismo poderia tentar criminalizar um ex-presidente por ter trabalhado por seu país e seu povo".