Publicado 10/11/2014 12:46 | Editado 04/03/2020 17:06

Pelo sexto ano, em Natal, a militância que faz a luta pelos Direitos Humanos e Cidadania, organiza-se para mobilizar segmentos para prestigiar a Mostra, uma brilhante iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e seus parceiros nacionais e locais, que serve para retemperar nossas forças para os desafios cotidianos.
O evento, tradicionalmente voltado a produções realizadas em países da América do Sul, em sua 9ª edição abriu a seleção para o Hemisfério Sul, trazendo filmes do Egito, da Índia, da Jordânia e de diversos países latino-americanos, cujo conteúdo contemple o olhar singular de cineastas sobre temas, valores e dilemas que dizem respeito à dignidade da pessoa humana.
Este ano, quando se completam cinco décadas do golpe militar que instituiu um regime ditatorial, cerceador, autoritário e violento no País, a Mostra é reforçada, ainda, com os filmes: “Ação entre Amigos” (1998), de Beto Brant, “O Dia em que Dorival Encarou a Guarda”, (1986), de Jorge Furtado e José Pedro Goulart Brasil, “Cabra Marcado para Morrer” (1984), de Eduardo Coutinho, “Cidadão Boilesen” (2009), de Chaim Litewski e “Setenta” (2013), Emilia Silveira.
A Mostra Memória e Verdade objetiva relembrar a democracia que não vivemos, a democracia que pudemos construir e a democracia que queremos alcançar. Não se trata apenas de conhecer o passado, mas de compreender a História contemporânea do Brasil, de entender o presente e de ser capaz de pensar o futuro à luz da Verdade.
Resgatar as verdades ainda desconhecidas ou pouco divulgadas a respeito das violações de direitos humanos praticadas pela ditadura de 1964 é também uma forma de superar os traumas e estigmas de homens e mulheres que sofreram a repressão diretamente em suas vidas ou na de pessoas próximas.
Para seguir adiante, é preciso lembrar a emergência dos trabalhadores, intelectuais e estudantes como atores políticos, protagonistas da inauguração de um novo ciclo político da história brasileira, tão necessário para sustentar a redemocratização.
Neste notável impulso pela busca da justiça frente às graves violações de direitos humanos cometidas durante o período ditatorial, a 9ª Mostra homenageará a cineasta Lucia Murat. Além do reconhecimento da sua relevância para o cinema brasileiro, ela recebe a homenagem em virtude de sua trajetória de luta política.
Assim, em sua 9ª edição, a Mostra se apresenta como instrumento essencial para o debate, o resgate e a promoção dos Direitos Humanos e convida a celebrar e, sobretudo, refletir sobre o modo como indivíduos, Estado e sociedade podem contribuir para a realização de um roteiro para paz na humanidade, com a construção de um mundo mais justo, mais igual, mais solidário.
Como meio privilegiado de reflexão sobre o homem, seus gestos e o curso da civilização, a Mostra revela a capacidade múltipla e diversificada com que cada cultura procura seus próprios caminhos de expressão e de diálogo. No espírito e propósito de levar a experiência dos direitos humanos ao maior número de pessoas, todas as sessões da Mostra são gratuitas, e as salas de cinema são acessíveis para pessoas com deficiência física, visuais e auditivos.
A programação completa da Mostra em Natal pode ser acessada no site da Mostra – http://www.mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br/2014/pt/?q=cidade/natal-rn
De Natal, Jana Sá