Dilma: Nós vamos fazer nossa parte, vamos manter o emprego e a renda
Em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (6), a presidenta Dilma Rousseff voltou a se comprometer com a retomada do crescimento, falou sobre o cenário internacional, sobre democracia, combate à corrupção e democratização da mídia.
Publicado 07/11/2014 18:01
Dilma garantiu que não reduzirá ministérios, especialmente aqueles envolvidos em programas importantes de infraestrutura, como as secretarias de Portos e de Aviação Civil. Outra garantia é a manutenção e fortalecimento do Ministério da Micro e Pequena empresa. Para a presidenta, a luta pela desburocratização e pela melhoria do ambiente empresarial é crucial para a retomada do crescimento. A presidenta voltou a mencionar a importância de programas como o Pronatec para o aumento da produtividade brasileira.
No cenário nacional, ela garantiu que fatores que pressionaram a inflação neste ano como a seca, não vão durar. “Nós vamos ter de fazer aqui: apertar o controle da inflação; nós vamos ter limites dados pela nossa restrição fiscal para fazer toda uma política anticíclica que poderia ser necessária agora, mas vão ter limites”.
Para ela, o cenário internacional é desafiador para todos os países, especialmente os emergentes. A queda no preço das commodities, como petróleo, soja, ferro “não é trivial”.
“O Brasil terá uma recuperação. Enquanto isso eu espero que o mundo também tenha. Por que, aí, a nossa recuperação será mais potencializada pela recuperação internacional. (…) E eu tenho certeza que tanto a China, quanto a União Europeia serão fatores decisivos. Meu interesse na reunião do G20 é ver como eles estão encarando esse futuro. (…) Nós vamos fazer nossa parte para a gente estar, porque até agora nós não deixamos o barco afundar. Nós mantivemos o nível de investimento, em um sufoco danado, mas mantivemos. Nós mantivemos também o emprego e a renda”, defendeu.
Apesar dos desafios, Dilma lembrou que o Brasil ainda atrai muitos investimentos, como a taxa de Investimentos Estrangeiros Direto de R$ 66,5 bilhões de dólares.
“Nós somos de qualquer jeito o 5º país do mundo, receptor de investimento direto externo, o 5º, neste caso aqui, o que fica claro é uma coisa: mesmo sendo reinvestimento, é investimento novo, quando você reinveste, você está fazendo um investimento novo”, explicou.
Democracia
Dilma disse ter compromisso com as instituições e a democracia. Para ela, as instituições podem ser “aperfeiçoadas”, como qualquer produto humano, mas o Brasil demonstra que instituições têm funcionado com “uma regularidade, uma isenção e uma clareza fundamental”. Ela reiterou sua defesa da interação e do diálogo com a oposição e a sociedade. “Nós somos um exemplo de grande democracia no mundo, e acho que nossas eleições elas são produtos disso”, disse.
Corrupção
Dilma avaliou que estamos em um momento importante para acabar com a impunidade. “Eu não vou engavetar nada, não vou pressionar pra não investigarem, e quero todos os responsáveis devidamente punidos”, afirma.
Imprensa
Ao mencionar a discussão sobre regulação econômica da mídia, a presidenta afirmou que a imprensa é uma das “pedras fundadoras da democracia”. Para ela, “a liberdade de expressão talvez seja a grande conquista que emergiu de todo esse processo de redemocratização”.
Dilma explicou que a regulação econômica “diz respeito a processos de monopólio e oligopólio, que pode ocorrer em qualquer setor econômico onde se visa o lucro e não a benemerência”. Ela defendeu um debate amplo sobre o assunto.
“Acho que isso jamais poderá ser feito sem uma ampla discussão com a sociedade. É o tipo da coisa que exige consulta pública, é o tipo da coisa que exige amplo debate. (…) Eu acho que a internet é o grande mecanismo de você abrir discussão pública. Mas isso não implica que você não faça discussões setoriais. A experiência demonstra, em todos os processos, que a reunião setorial é crucial”, defendeu.
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Fonte: Blog do Planalto