Dilma e Mujica se reúnem em Brasília para falar de integração regional

O mandatário trata aspectos do Mercado Comum do Sul (Mercosul), como o estado da negociações para um possível acordo de livre comércio com Europa, entre outros. Ambos governos subscreveram um acordo em 2011 para acelerar a integração bilateral no marco do Mercosul, bloco ao qual pertencem junto com Argentina, Paraguai e Venezuela.

Em declarações ao diário A República, Mujica também confirmou que receberá a visita do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ainda neste mês, para tratar temas relacionados com a integração da região latino-americana.

Mujica tem especial interesse na possível participação brasileira em um projeto de um porto de águas profundas na costa atlântica uruguaia e na indústria naval.

Igualmente, mencionou a interconexão de energia elétrica entre ambos países, pendente da terminação de alguns trabalhos, e outros acordos de infraestrutura e de saúde para os residentes nas fronteira. "Queremos deixar boa parte dos temas bilaterais fechados para que o próximo governo lhes dê continuidade", destacou o mandatário uruguaio.

No Brasil

Antes do encontro com a presidenta, Mujica esteve na embaixada uruguaia em Brasília.  Conforme divulgado pela imprensa brasileira, ele chegou ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira (7) por volta das 16 horas para uma reunião com Dilma. Entrou por uma porta lateral do Planalto e não falou com os jornalistas, apenas mandou um beijo para os fotógrafos e cinegrafistas que o aguardavam e tirou fotos com os funcionários da presidência e seguiu para a reunião com Dilma.

Após o encontro, presidenta Dilma Rousseff destacou a necessidade de fortalecimento das relações do Brasil com o Uruguai e com os países do Mercosul. Nesse sentido, ela lembrou o avanço de negociações pela integração energética e produtiva entre os países e do investimento em infraestrutura. Para a presidenta, é fundamental fazer investimentos que permitam o crescimento do mercado da região.

“Estamos falando de um processo de integração que permita que sejamos capazes de olhar os interesses da região. Essa região do mundo, onde nós nos localizamos, é hoje um mercado muito significativo que nós temos de ajudar a expandir. Isso passa pelo equacionamento do problema secular da desigualdade que levou muitos latino- americanos, nos últimos anos, a condição de consumidores e que significou também a criação de um grande mercado para nós”, afirmou.

Por seu turno, o presidente José Mujica defendeu também o fortalecimento das relações entre os países latino-americanos: “Passamos alguns séculos sem olharmos entre nós mesmos e precisamos avançar para mudar esse cenário. O processo de desenvolvimento chegou tarde para a América Latina e é por isso que temos que juntar nossas forças. Só assim nos tornaremos fortes”, analisou.

Com agências