CPMI da Petrobras: deputados esperam acesso a depoimentos da delação
Deputados e senadores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras fizeram uma reunião administrativa, nesta quarta-feira (5), em busca de maior foco da investigação no período que falta para o término dos trabalhos.
Publicado 06/11/2014 11:30
Dos 497 requerimentos que ainda não haviam sido apreciados, foram aprovados 94 de convocação e de pedidos de informação. A maioria deles é relativa ao esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas investigado na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
O relator da CPMI, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou que houve acerto para não convocar políticos que foram citados em depoimentos no âmbito da delação premiada, pois esses depoimentos ainda estão sob sigilo e a comissão não teve acesso.
“Nós fizemos um acordo de que, em função do prazo exíguo, não trataríamos de convocação de ninguém da política, incluindo aí os tesoureiros dos partidos, os dirigentes partidários e os parlamentares”, disse Maia. “Não teríamos tempo hábil para fazer essas convocações. E fizemos a opção de convocar aqueles que têm relação direta com a operação Lava-Jato”, declarou.
Entre os sete convocados para depor estão vários envolvidos com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que estão em processo de delação premiada coordenado pela Justiça.
Marco Maia insistiu que o acesso ao conteúdo dessas delações é fundamental para a conclusão de seu relatório. “A delação premiada, neste caso específico, é importantíssima para o processo de investigação. Se não tivermos o acesso à delação premiada, teremos aí um limitador. Portanto, vamos produzir o relatório possível, com as informações e os dados que temos investigado desde o início da CPMI”, disse.
Na noite desta quarta-feira (5), o comando da CPMI voltou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir o pleno acesso ao conteúdo das delações de Costa e Youssef.
No cronograma divulgado nesta quarta, Marco Maia pretende concentrar os depoimentos até o fim deste mês e apresentar seu relatório final no dia 10 de dezembro, para que seja votado até o dia 18 daquele mês.
Diante do pouco tempo que resta para o fim dos trabalhos da CPMI, os parlamentares também decidiram encaminhar pedidos de informações a 25 empresas que firmaram contrato com a Petrobras.
Essas empresas terão dez dias para responder, sob pena de terem os sigilos bancário e telefônico quebrados e terem seus representantes legais convocados.
Próxima reunião
A CPMI volta a se reunir na próxima terça-feira (11) para mais uma reunião administrativa e para ouvir o diretor de Contratos da Petrobras, Edmar de Figueiredo, responsável pelos contratos da estatal com a SBM Offshore; e a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, na condição de convidados.
Também haverá depoimentos nos dias 19, 20, 26 e 27 de novembro, mas os nomes dos depoentes ainda não foram definidos.
Fonte: Agência Câmara