Palestina pede que comunidade internacional pare desmandos de Israel

Os planos de Israel de construir novas habitações em Jerusalém Oriental não só violam o direito internacional, mas também promovem o aumento das tensões na região, declarou numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação em Jerusalém Oriental o vice-secretário-geral da Organização, Jeffrey Feltman. Representantes de vários países membros do Conselho de Segurança também criticaram Israel.

Israel colônia - Asia News

A razão para a convocação extraordinária do Conselho de Segurança foi a declaração, feita no início da semana pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, da intenção do governo de construir mais de mil unidades habitacionais em Jerusalém Oriental, bem como criar novas infraestruturas na Cisjordânia. Em resposta, a Palestina exortou a comunidade internacional a exercer influência sobre Israel e forçá-lo a abandonar seus planos.

As atividades de assentamento de Israel levam a uma gradual anexação e judaização da Cidade Santa, disse numa reunião com representantes da mídia o embaixador extraordinário e plenipotenciário do Estado da Palestina em Moscou, Fayed Mustafa.

“Esta semana, Netanyahu aprovou o plano de construção de 1.070 unidades habitacionais em Jerusalém Oriental. Isto é, além do plano recentemente aprovado pelo município de Jerusalém de construir 2.600 casas. Assim, só nas últimas três semanas o número de moradias que se planeja construir atingiu 3.600 unidades.

Além disso, Israel tem planos também em relação à mesquita de Al-Aqsa. Algumas forças estão apelando à sua destruição e à restauração no local do templo judeu, e outras defendem a divisão em partes muçulmana e judia e o estabelecimento de horas diferentes para orações. Esperamos que os membros do Conselho de Segurança não só condenem a política de Israel, mas também impeçam a realização de seus planos”.

Quanto à posição da Rússia sobre a questão palestina, ela permanece inalterada durante muitos anos: a Rússia é a favor da libertação de todos os territórios ocupados e exorta insistentemente Israel a abster-se de continuar a construção de assentamentos. A realização das intenções dos dirigentes israelenses pode levar à ruptura da continuidade territorial dos bairros árabes de Jerusalém Oriental, o que irá provocar uma nova rodada de tensão nas relações palestino-israelenses, acredita o Ministério das Relações Exteriores russo.

Os novos planos de Israel têm um aspecto não só político, mas também religioso, acredita o presidente do Centro Russo de Desenvolvimento Espiritual e Cultural de Jerusalém, Serguei Baburin.

“A construção de novos assentamentos nos territórios ocupados é um desafio, pelo menos, para duas religiões mundiais: o Cristianismo e o Islã. É um desafio para as civilizações que consideram Jerusalém parte de seu espírito nacional e cultural, parte de sua identidade.

A cidade sagrada para ortodoxos, católicos, representantes do Islã pode ser ou um sujeito especial de direito internacional, como foi originalmente proposto pela ONU, ou um compromisso: Jerusalém Oriental como capital da Palestina e Jerusalém Ocidental como parte de Israel. E isso é de fundamental importância, porque nós nunca reconhecemos a possibilidade de transferir a capital de Israel para Jerusalém”.

Os acontecimentos da semana passada não só chamaram novamente a atenção para o conflito palestino-israelense, mas também reforçaram o estatuto da Palestina na arena internacional: o governo da Suécia decidiu reconhecê-la oficialmente. A Suécia foi o 134° país do mundo e o primeiro país da UE a reconhecer o Estado da Palestina.

Fonte: Voz da Rússia