A quem interessa mostrar o país dividido?
A velha mídia mostra de um lado o Norte e o Nordeste, que votariam “pressionados” pelos programas sociais do governo e seriam "mal informados", segundo um ex-presidente sociólogo e do outro lado os "deformados" do Sul e do Sudeste, de acordo com um jornalista.
Por Marcos Aurélio Ruy, no Portal da CTB
Publicado 29/10/2014 12:04
Fazem isso porque desde 2002 os candidatos do PT (Lula e Dilma) vencem em todos os estados nordestinos e na maioria do Norte. Já os tucanos (Serra, Alckmin e Aécio) levam vantagem na maioria dos estados do Sul e Sudeste. Só não analisam que os votos dos nortistas e nordestinos sozinhos dados aos petistas não seriam suficientes para dar-lhes a vitória se os tucanos obtivessem resultados esmagadores no Sul e Sudeste, onde estão os maiores colégios eleitorais.
Uma análise dos números absolutos, nota-se que a coisa não é bem como os analistas da velha mídia pressupõem. No segundo turno das eleições deste ano, Dilma teve no Sul e no Sudeste somados 26.626.509 votos ou 48,85% do seu total de 54.499.706 votos no domingo (26). Enquanto no Norte e no Nordeste juntos os eleitores da presidenta somaram 24.566.896 votos ou 45,07% do seu total.
Neste ano a presidenta Dilma venceu em dois estados do Sudeste, Minas Gerais (52,41%) e no Rio de Janeiro (54,94%), o que desmonta qualquer tese divisionista dos votos dos brasileiros. Uma curiosidade reveladora: a cidade de Belágua, No Maranhão deu o maior percentual de votos para Dilma, 93,93%. Já Aécio Neves teve seu melhor desempenho em Miami, nos Estados Unidos, 91,7% dos votos.
Mas uma coisa é certa, não se pode mais ficar refém de “balas de prata” forjadas por uma mídia sedenta de poder. Mais golpes poderão vir por aí se nada for feito, como disse o falecido e pretensioso barão da mídia Roberto Civita em 2011 não tem trégua “vou derrubar a Dilma”. A Veja bem que tentou nas vésperas da eleição.
“Jamais saberemos quantos votos a tentativa de golpe eleitoral articulada pela revista Veja, com apoio de emissoras de rádio e TV, custaram à presidenta nas horas finais da campanha. Um dia a mais de campanha e talvez Dilma nem tivesse sido reeleita”, acentua Luiz Carlos Azenha em seu blog Vi o Mundo. Ele conclui que “se faltava algo para que Dilma percebesse a necessidade de uma mídia eletrônica mais plural e menos monopolizada, esperamos que ela tenha se dado conta de que a regulação econômica do setor, agora, é tão fundamental quanto a reforma política”.
A direita brasileira não cessará sua intenção golpista, freiada momentaneamente pela derrota eleitoral que sofreu pela quarta vez consecutiva nas urnas. Mas com apoio midiático intransigente, as tentativas golpsitas s emanifestarão se não houver enfrentamento à altura do poderio que os barões da mídia mantêm porque o governo brasileiro ainda não teve a sapiência de promover amplo debate sobre a regulação dessa mídia venal.