Padilha repudia ligações de seu nome com irregularidades

O ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que é pré-candidato ao governo de São Paulo, pelo PT, falou nesta sexta-feira (25) em coletiva de imprensa que repudia as informações apontadas pela grande mídia que teria indicado do um ex-funcionário do ministério para comandar o laboratório Labogen. A empresa é ligada ao doleiro Alberto Yousseff, preso pela operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e teria sido usada em esquemas de lavagem de dinheiro.

Ex-ministro diz que vai processar quem o conecte ao doleiro investigado pela PF
Padilha cancelou a agenda de campanha do dia pelo interior do Estado – ele estava nas regiões de Marília e Bauru – e convocou uma entrevista coletiva na capital paulista para falar sobre o assunto. O ex-ministro afirmou que repudia “veementemente” as ligações de seu nome em supostas irregularidades e avisou que interpelará judicialmente os responsáveis por essas citações.

Na conversa com jornalistas em São Paulo, Padilha disse que "não tem medo de cara feia e que, se tivesse, não teria criado o programa Mais Médicos".

Ele negou que tenha indicado Marcus Cezar Ferreira de Moura para um cargo executivo no laboratório Labogen, de propriedade do doleiro Alberto Yousseff, e que o mesmo laboratório tenha tido algum contrato assinado com o Ministério da Saúde durante a sua gestão como ministro.

 

As reportagens divulgadas nesta quinta (24) se baseiam em uma chamada, supostamente entre o deputado federal André Vargas (PT-PR) e Yousseff. Na conversa o parlamentar apresenta um número de telefone que seria de Marcus Cezar e afirma que "Padilha indicou".

“Estou extremamente indignado e repudio qualquer tipo de irregularidade envolvendo o meu nome em qualquer tipo de irregularidades listadas nessas matérias (reportagens). Vou orientar meus advogados para que, quando tiverem acesso ao relatório da PF, interpelem judicialmente qualquer pessoa que tenha usado meu nome em vão por qualquer motivo”, disse. “Mente quem diz que eu indiquei Marco César Moura para qualquer laboratório privado”, reforçou.

Ataques políticos

O ex-ministro ainda negou que esteja sendo alvo de ataques político-eleitorais de adversários ou mesmo que seja vítima de “fogo amigo” do próprio partido, mas sugeriu: “Não acredito que esteja sendo alvo de nada, mas toda vez que aponto problemas no Estado de São Paulo, como falta d'água e fraudes no metrô e trens, recebo agressões e críticas. Estão destilando raiva contra mim e contra o PT – raiva, grosseria, ataques e agressões pessoais”, reclamou.

Laboratórios privados não tratavam com ministério

O ex-ministro da Saúde também negou que a Labogen tenha firmado qualquer contrato com o Ministério da Saúde durante sua gestão – mesmo porque, disse, contratos em estudo com esse laboratório e o MS eram discutidos não diretamente com a pasta, mas entre eles e o laboratório da Marinha, quem diretamente receberia os recursos federais do ministério para as parcerias privadas.

Sobre o ex-assessor da Saúde, Padilha confirmou que o conhece, disse que ele foi militante do PT no começo dos anos 1990 e que trabalhou com Moura na secretaria de assuntos federativos da Presidência na gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Ministério da Saúde, explicou, Moura atuou na assessoria de comunicação, “na coordenação de eventos e sem ligação com temas ligados à indústria farmacêutica, em um gabinete com pelo menos 50 outros assessores”. Na pasta, disse, ficou de três a quatro meses a contar de agosto de 2011. De lá, seguiu para a Geap, na área de relações institucionais, onde ficou até outubro do ano passado.

“No Ministério da Saúde, ele não era um cargo de relação direta com o ministro nem com os secretários do ministério”, enfatizou. Vargas poderá ser interpelado judicialmente, diz Padilha

Sobre o deputado André Vargas, que nesta quinta (24) negou à imprensa ter recebido a indicação de Padilha para o assessor no Labogen, o ex-ministro não descartou interpelação também contra ele na Justiça. “Se o senhor André Vargas usou meu nome em vão, vou interpelá-lo a esclarecer judicialmente isso. Não admito que meu nome seja usado em vão por qualquer pessoa”, avisou.

O presidente estadual do PT, Emídio de Souza, que acompanhava a coletiva, negou que o partido tenha escolhido um nome para substituir o de Padilha na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.


Com informações do Portal Terra e RBA