Gabinete francês aprova programa econômico draconiano
O Conselho de Ministros da França aprovou nesta quarta-feira (23) o programa econômico para os próximos três anos, o que contempla severas medidas de cortes com o pretexto de "equilibrar" as finanças públicas e "reativar a produção".
Publicado 23/04/2014 16:59
Durante a reunião celebrada no Palácio do Eliseu, os membros do gabinete deram seu aval ao projeto elaborado pelo chefe de governo, Manuel Valls, que implica uma redução da despesa estatal em 50 bilhões de euros até 2017.
Neste ano o Estado propõe-se fazer uma restrição adicional de quatro bilhões de euros, os quais se somam aos 18 bilhões anunciados anteriormente pelo ex-premiê Jean-Marc Ayrault.
De acordo com a iniciativa, isto permitirá atingir no final de 2014 um déficit público de 3,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e chegar aos três pontos no ano que vem, como o exigem os tratados de austeridade europeus assinados em 2012.
O programa de estabilidade, como foi denominado, também projeta uma alta do PIB de um por cento no final de dezembro, um décimo de ponto acima da previsão anterior (0,9).
Para 2015 esse indicador aumentará a 1,7 pontos e se estabilizará em 2,5 a partir de 2016, indica este plano.
Tudo isso está baseado em que tenha sucesso o Pacto de Responsabilidade entre o governo e os empresários, o qual contempla conceder vantagens fiscais por 30 bilhões de euros ao setor privado a mudança de criar novos empregos e investir mais no país.
Enquanto as organizações patronais opõem-se a comprometer com um número fixo de novas vagas, o ministro de Trabalho, François Rebsamen, estima em 200 mil a cifra de postos que devem ser gerados em médio prazo.
Na atualidade o desemprego afeta quase 3,35 milhões pessoas em idade de trabalho, uma cifra nunca antes vista no país.
Outras consequências do programa será o congelamento dos salários no setor público até 2017, o que afeta a todos os trabalhadores e servidores públicos.
E ainda, decidiu-se, entre outras medidas, que o aumento nas despesas de saúde não deve ser menor que dois por cento ao ano.
Uma vez aprovado no Conselho de Ministros, o programa será discutido no Parlamento antes de finais de abril e se recebe o voto positivo dos legisladores se enviará à Comissão Europeia.
Fonte: Prensa Latina