Manifestantes expulsos de ocupação fazem passeata por moradia
Um grupo de manifestantes fez uma passeata, no início da noite da última quarta-feira (16), pelo centro do Rio, pedindo moradia. Eles foram expulsos com violência na última sexta-feira (11) do prédio que ocupavam, pertencente à empresa Oi e batizado de Favela da Telerj, na zona norte da cidade.
Publicado 17/04/2014 09:49
A maioria não tem mais condições de continuar a pagar o valor do aluguel, que praticamente dobrou nos últimos dois anos. Um quarto e sala na maior parte das favelas não sai por menos que R$ 350 por mês.
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O grupo saiu em caminhada da frente da prefeitura, no bairro Cidade Nova, e caminhou cerca de 5 quilômetros, até a frente da Câmara de Vereadores, na Cinelândia, onde permaneceu nas escadarias. A Polícia Militar acompanhou a passeata, mas não precisou intervir, pois o protesto foi pacífico. Eles foram recebidos pelo vereador Renato Cinco (PSOL).
Os líderes do movimento estudam a possibilidade de ocupar as escadarias da Câmara como forma de garantir maior visibilidade a sua causa. Por enquanto, eles estão vivendo no entorno da prefeitura, embaixo da marquise de um prédio, em condições de muita necessidade, agravada pela chuva e pelo tempo frio.
“Nós estamos recebendo muita ajuda. Têm pessoas que trazem doações e mantimentos. Se não fossem por elas, nós estaríamos passando fome e frio. As pessoas precisam de casa imediatamente, porque não têm onde morar. Não podemos esperar mais cinco ou dez anos. Está cheio de prédios vazios no Rio de Janeiro”, disse Welton Vieira Aranzeiro, que é morador de rua e trabalha como camelô, vendendo balas.
Outras pessoas alegam que perderam tudo, inclusive documentos, quando foram expulsas da ocupação do prédio da Oi. “Eu gastei, só com madeirite [compensado], fora os caibros, R$ 280. Era para ficar lá de vez. Tinha levado até televisão. Não deixaram pegar nada. Só consegui levar minha identidade. Carteira de trabalho, título de eleitor e CPF, ficou tudo lá. A gente está sem chão, sem teto, sem nada. Ficamos sem eira nem beira”, disse a manicure Barbara Cristina Azevedo Silva, que tem uma filha de 3 anos, agora sob os cuidados da avó.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social informou que foram cadastradas, até o dia de hoje, 1.486 famílias e que o cadastramento se encerrou. A próxima fase é fazer o levantamento social das pessoas, fazendo uma triagem para ver quem tem maior urgência de atendimento.
Fonte: Agência Brasil