Ucranianos orientais proclamam República Popular de Donetsk
Manifestantes contrários aos novos governantes impostos na Ucrânia proclamaram nesta segunda-feira (7) a República Popular de Donetsk, no sudeste do país, durante uma reunião realizada na sede da administração regional da cidade.
Publicado 07/04/2014 16:08
Ativistas locais controlam desde domingo (6) à noite o prédio e a sede do Serviço de Segurança territorial e exigiram para antes do meio-dia desta segunda a realização de uma sessão extraordinária do legislativo regional.
Na reunião foi proclamada por votação unânime a denominada República Popular de Donetsk, segundo notícia da emissora de televisão russa Russia Today.
A tensão prevalece também em outras cidades do sudeste como Lugansk, onde a polícia reforçou o controle e a vigilância nos pontos de acesso ao município, enquanto continuam as operações de busca daqueles que atacaram ontem à noite a sede do Conselho de Segurança.
Segundo as autoridades, acredita-se que os manifestantes roubaram armas e munições durante o ataque ao edifício.
O ministro ucraniano provisório de Interior, Arsén Avakov, informou em sua página de Facebook que o edifício da administração em Khárkov foi libertado na manhã desta segunda-feira de elementos que chamou de "separatistas".
Trata-se de partidários de grupos que demandam a realização de uma consulta popular para estabelecer o federalismo nas regiões do leste e sul da Ucrânia.
No entanto, meios de imprensa locais refutaram as declarações de Avakov sobre uma suposta retirada voluntária dos manifestantes.
A agência Interfax cita testemunhas do lugar onde permanecem ativistas pró-russos com capacetes e capuzes, enquanto o perímetro do edifício está cercado com barreiras de ferro.
Em Donetsk, a milícia popular confirmou através da rede social russa VKontakte que mantém fortificado o meio da sede do Conselho de Segurança regional, ocupada ontem.
Em Kiev, o autodesignado presidente interino e presidente da Suprema Rada (Parlamento), Alexander Turchinov, convocou uma sessão urgente dos órgãos de força e anunciou que ele próprio cuidará da situação em Lugansk e Donetsk.
Por sua vez, o líder da Rússia, Vladimir Putin, encarregou nesta segunda o Serviço Federal de Segurança (FSB, em russo) de impedir que sectários e pessoas com antecedente criminosos cheguem ao poder na Crimeia.
Durante uma reunião com representantes do corpo de contrainteligência, o presidente insistiu em distinguir entre a oposição legítima, existente em qualquer país democrático, e o extremismo baseado na incitação ao ódio nacional e étnico e a negação da Constituição.
Putin alertou sobre o possível uso de extremistas destes territórios treinados na Síria e no Afeganistão contra a Rússia e outros países da Comunidade de Estados Independentes para impor o terrorismo depois de sua volta.
Na Crimeia, por exemplo, foi registrado um ataque na noite deste domingo contra uma instalação militar e uma casa de oficiais da cidade de Saki, ao oeste da península, segundo Interfax.
Por volta da meia-noite, cerca de 10 pessoas aproximaram-se do ponto de controle, lançaram pedras contra as janelas de vidro do imóvel e vários deles invadiram a residência.
Quando a Polícia chegou, cinco dessas pessoas sob os efeitos de bebidas alcoólicas atacaram os agentes e tentaram pegar suas armas, situação que gerou um confronto violento.
Como resultado, um dos atacantes foi preso, outro ficou ferido a tiro e morreu antes de chegar a ambulância, enquanto os outros três conseguiram escapar.
Fonte: Prensa Latina