"Descomemoração" do Golpe leva milhares às ruas do Rio

Em consonância com diversos atos que ocorreram Brasil afora, cerca de 3 mil pessoas saíram às ruas do Rio de Janeiro na tarde da última terça-feira (1º/4), para ‘’descomemorar’’ o golpe militar ocorrido em 1964. A manifestação que saiu da Praça da Candelária teve como principal objetivo chamar a atenção da sociedade para o resgate da memória de tantas vítimas da ditadura, assim como celebrar a democracia conquistada após este período sombrio de nossa história.

Ato Rio - UNE

A passeata reuniu entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ) e centrais sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Para a presidenta da UEE-RJ, Tayná Paolino, o ato foi fundamental para relembrar o triste legado deixado pela ditadura militar. ‘’Não é um momento para saudosimos, mas sim para mostrar a toda sociedade o legado deixado pelo regime, com um setor educacional defasado. Hoje, 50 anos depois, relembramos a luta de tantas pessoas que perderam suas vidas pela conquista da democracia’’, falou.

Resquícios da ditatura

Ao final da passeata que seguiu por toda a Av Rio Branco, estudantes e trabalhadores reuniram-se na Cinelândia, centro do Rio, quando uma confusão com a polícia militar acabou em confronto com bombas de gás e balas de borracha.

Presente na manifestação, o ex-presidente da UNE, Daniel Iliescu, repudiou a ação da polícia em sua página no Facebook. ‘’ Estamos rompendo com o esquecimento e o silêncio. Os desafios da luta por democracia, no entanto, ainda são enormes. Sintomático que a linda passeata que reuniu milhares de pessoas na Av. Rio Branco para descomemorar o golpe tenha terminado com a ação descontrolada da Polícia Militar do Rio de Janeiro’’, escreveu.

Fonte: União Nacional dos Estudantes