Governo e sindicatos paraguaios retomam diálogo
O governo paraguaio e centrais sindicais do país reiniciam nesta terça-feira (1º/4) o diálogo convocado pelo presidente Horácio Cartes depois da greve geral de 26 de março último, sem muitas esperanças de um acordo.
Publicado 01/04/2014 09:51
Na sessão desta terça, a delegação do governo presidida pelo vice-presidente da República Juan Afara deve dar resposta à reivindicação dos sindicatos de que o governo não desconte os salários de quem participou da greve ou que a greve não seja qualificada como ilegal.
Ainda que muitos considerem possível que a administração central aceite essas condições, o tema de fundo das conversas está em outras reivindicações, não só de dirigentes sindicais mas das organizações camponesas ausentes e da central Corrente Sindical Classista.
Essas instâncias, que tiveram participação decisiva nessa paralisação nacional, se negaram a participar das conversas com os representantes do governo enquanto não seja revogada a privatizadora Lei de Aliança Público-Privada (APP).
Revogar essa lei já aprovada pelo Congresso Nacional foi demanda central na greve já que consideram que prejudica a soberania nacional ao facilitar a entrega de empresas públicas a investidores estrangeiros e a consideram inconstitucional.
O problema principal consiste na posição assumida sobre o tema tanto pelo próprio vice-presidente Afara como por diversos ministros do Executivo, especialmente o titular da Indústria e Comércio, Gustavo Leite.
Os porta-vozes oficiais afirmam que a lei favorecerá a entrada no país de mais de 16 bilhões de dólares interessados em competir para obter o controle das empresas mais rentáveis.
Ainda que a APP já tenha sido aprovada no Congresso, o Parlamento deverá definir sua posição agora perante um projeto de lei apresentado pela Frente Guasu pedindo sua revogação e outro de um grupo de legisladores convocando a um referendo para escutar a opinião cidadã sobre o tema.
Depois disso, será a hora de começar a debater a nova proposição governamental que implica aprovar ou recusar a lei de segurança a investimentos estrangeiros, complementar da APP.
Prensa Latina