El Salvador: FMLN reafirma decisão de prosseguir luta

O secretário-geral da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN) de El Salvador, Medardo González, ratificou nesta quinta-feira (10) a decisão do partido de dar continuidade às transformações democráticas, econômicas e sociais de El Salvador.

González destacou que essa vontade se mantém desde a fundação, há 33 anos, da FMLN, pelas cinco organizações que enfrentavam, junto com o povo, as ditaduras militares da época.

"A luta continua. Vamos adianta a construir nosso El Salvador, no segundo governo da FMLN, com a vitória nas eleições de 2 de fevereiro" (de 2014), disse em uma entrevista na emissora de rádio Maya Visión.

"O estado de direito não vai continuar existindo somente para os que possuem e podem, mas também para os humildes, os pobres, os descalços", sublinhou.

O líder da FMLN explicou o processo de unidade da organização, primeiro clandestina, depois um movimento guerrilheiro para conduzir a luta popular contra o regime repressivo de fins do século passado.

Disse também que, desde 1985, sob o comando geral das cinco organizações fundadoras, foi elaborado o programa de transformações com o qual o FMLN procurou mudar a realidade do país.

González destacou a luta do povo nas ruas, apesar da ação das forças armadas, da polícia e dos esquadrões da morte, que deixaram um saldo trágico de mais de 70 mil vítimas durante o conflito armado (1980 a 1992).

Assinalou como um dos objetivos essenciais a desmontagem da ditadura militar e a assinatura dos Acordos de Paz, assinados em 16 de janeiro de 1992 no México, uma iniciativa estimulada pela então guerrilha.

Lembrou que, em setembro desse ano, o FMLN se converteu em um partido político, para dar continuidade à luta no terreno político, social e parlamentar, além de participar nos processos eleitorais.

Também informou que nos anos 1990, o FMLN se transformou na segunda força política do país, atrás somente da então governante Alianza Republicana Nacionalista (Arena), que controlou o poder em quatro períodos de cinco anos (de 1989 a 2009).

O secretário-geral ressaltou que o esforço e a acumulação de lutas da população, com a vitória do FMLN nas eleições de 15 de março de 2009, consolidou o partido como a maior força política do país. Disse também que, com a aliança no governo do presidente Mauricio Funes, o vice-presidente Salvador Sánchez Cerén e o FMLN, teve início um período de mudanças para reconstruir a nação do desastre