Estadunidenses apoiam acordo sobre desarmamento químico da Síria
A maioria dos estadunidenses apoiam o acordo para identificar e destruir as armas químicas da Síria, além de recusarem a proposta militar de Washington para "garantir" que Damasco respeite o compromisso, segundo os resultados de uma pesquisa.
Publicado 25/09/2013 18:38
Uma pesquisa conjunta da rede noticiosa CBS News e do jornal The New York Times mostrou que 82% dos pesquisados têm opinião favorável ao acordo preliminar atingido no dia 14 em Genebra entre o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, e o chanceler russo, Serguei Lavrov.
Ambos os chanceleres decidiram dar sete dias ao governo do presidente Bashar Al-Assad para prestar contas sobre as armas químicas; no próximo mês serão enviados inspetores internacionais e a eliminação destas armas acontecerá em meados de 2014.
Cerca de 68% dos entrevistados opõem-se à inclusão no texto de uma cláusula militar, defendida por Estados Unidos, França, Reino Unido e Espanha para supostamente assegurar o cumprimento do acordo pelo país árabe.
Essa mesma percentagem da população também não apoia a ideia de que a Casa Branca intervenha de jeito nenhum na crise síria.
Por outro lado, a pesquisa situou em 49% o índice de desaprovação à política exterior do presidente Barack Obama, a pior qualificação recebida por ele nesse quesito.
Apenas 40% dos entrevistados respaldam o desempenho diplomático do chefe de Estado. A CBS News e o The New York Times entrevistaram 1.014 pessoas de 19 a 23 de setembro e a pesquisa tem uma margem de erro de mais ou menos três pontos percentuais.
Os resultados do estudo são divulgados justamente quando Obama insiste em seus planos de agressão contra a Síria e de culpar o governo de Damasco por supostamente usar armas químicas contra a população civil no dia 21 de agosto, omitindo qualquer referência aos grupos opositores.
O presidente democrata reiterou suas ameaças ontem perante a Assembleia Geral das Nações Unidas e também se manifestou contra a permanência de Al-Assad no poder.
A crise síria foi um dos principais temas abordados nos discursos dos chefes de Estado e Governo no período 68 de sessões do organismo mundial e a maioria das intervenções defenderam uma solução pacífica.
Hoje, uma equipe de inspetores da ONU chegou a essa nação do Oriente Médio para continuar as investigações do possível uso de armas químicas.
Os especialistas internacionais, liderados pelo sueco Ake Sellsrom, procurarão desta vez provas que demonstrem ou não "acusações confiáveis pendentes" sobre o uso desses agentes tóxicos.
Em seu primeiro relatório, assinalaram o uso de gás sarin em Goutha, mas não determinaram os responsáveis.
Enquanto os Estados Unidos culpam sem qualquer prova o governo sírio por esse incidente, a Rússia mostrou evidências que apontam para um plano dos rebeldes armados que operam com o apoio financeiro e logístico de Washington, do Ocidente e seus aliados no Oriente Médio.
Os insurgentes, por sua vez, nesta quarta-feira, chamaram a boicotar qualquer conferência sobre o conflito do país que implique a participação do Irã.
Fonte: Agência Brasil