Jovens paulistanos reúnem-se em plenária para debate de Teses

Cerca de 50 jovens dos mais diversos cantos da capital paulista ouviram atentamente a explanação do dirigente nacional, que iniciou sua fala apontando a conjuntura internacional e fazendo um balanço dos reflexos da crise sistêmica do capitalismo que abate principalmente a Europa, gerando mais pobreza e desemprego à classe trabalhadora.

Ele apontou também a postura imperialista dos EUA diante da crise na Síria, que gera horror e sangue aos povos oprimidos. Segundo Adalberto, a política imperialista encontra-se em decadência, pois não possui mais o mesmo poder de atuação da época de Bush pai.

Manifestações

O dirigente comunista também tocou em assuntos que estão na ordem do dia como as manifestações de junho que marcaram todo o país. “Nem no período do fim da ditadura se ousava dizer para alguém abaixar a sua bandeira. Então, surgem no Brasil também esses grupelhos de inspiração fascista, que vocês viram aqui na Avenida Paulista e que chegaram até mesmo a ameaçar com violência quem estava com bandeiras de partidos. Claro que a questão é mais complexa e que existe uma crise de representatividade, porém, tem também essa gente de caráter reacionário.”

Sobre a conjuntura nacional, Adalberto ressalta um novo ciclo que teve início na América Latina com a vitória dos governos progressistas. Afirma que as teses do Partido vêm ao encontro das reflexões sobre esses dez anos iniciados com a chegada de Lula à Presidência, quando o Brasil se encontrava em situação alarmante, reflexo de anos sob a vigência do neoliberalismo.

Ele ressaltou que durante os governos Lula e Dilma houve uma mudança ao associar o crescimento econômico com a distribuição de renda e a democracia, projetando o país a outro patamar. No entanto, ainda há muita dificuldade de romper com as entranhas do continuísmo representadas pelo pacto ainda vigente com a classe exploradora no país.

Debate sobre as Teses

Ressaltou também a importância que o 13º Congresso do PCdoB possui para que o conjunto de sua militância analise os pontos positivos e negativos desse decênio e, a partir disso, aponte mais avanços e conquistas para o país.

O dirigente apontou que o balanço dos 10 anos de governos progressistas no Brasil deve ser a questão central dos debates. “Em 2013 acumulamos forças e concretizamos bandeiras de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que, para nós comunistas brasileiros, representam o caminho para o socialismo.

Precisamos ter isso em mente, pois tais reformas profundas são estratégicas e fundamentais para romper com certos setores que representam o regresso da sociedade e cada vez mais somar conquistas para os trabalhadores.”

Durante as falas, ficou claro o sentimento de que o Brasil avançou e muito, mas os jovens comunistas clamam por avanços mais profundos. “Precisamos nos apropriar muito a respeito das reformas estruturantes, pois, além de ser algo que vai radicalizar o avanço em nosso país, eu também vejo como um forte mecanismo para conquistar mentes e corações da juventude brasileira”, disse a presidente da UJS Capital, Camilla Lima.

Tarcísio Boaventura, secretário de organização da UJS em São Paulo, frisou o quanto a juventude sofre com as mazelas do capitalismo. “Precisamos lutar por essa juventude frustrada que se encontra no gueto, que sofre com a violência, com a falta de perspectivas, e a não educação. Devemos, acima de tudo, nos multiplicar como células, para derrubar esse que é o nosso maior inimigo: o sistema capitalista.”

Ao fim da plenária os jovens se recadastraram no PCdoB, rumo à conferência municipal do Partido paulistano que será no próximo sábado (28). Eles seguiram para a Praça Roosevelt onde organizaram um bandeiraço em homenagem ao aniversário da UJS que completou 29 anos neste domingo (22).