Capital X Trabalho: Câmara de Negociação vai tentar acordo
Para criar um ambiente de discussão de questões relativas às relações do trabalho e econômicas, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), instalou, nesta quarta-feira (5), a Câmara de Negociação pelo Desenvolvimento Econômico e Social do País composta por representantes dos trabalhadores e dos empresários. Para o deputado Assis Melo (PCdoB-RS), é um instrumento a mais para construir acordo em torno de temas polêmicos que estão parados na Câmara.
Publicado 05/10/2011 16:57
“A ideia do presidente é compor para levar para votar em plenário, porque são assuntos polêmicos”, afirma o parlamentar, destacando que junto com as discussões na comissão é preciso que os movimentos sindicais se mobilizem para sensibilizar os representantes dos patrões que oferecem resistência a aprovação de matérias como redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e ratificação da Convenção 151 e 158 da organização Internacional do Trabalho (OIT).
“Não é só uma comissão a mais ou a menos que vai superar essa resistência”, alerta o deputado, insistindo na necessidade de grande mobilização e pressão da classe trabalhadora junto à Câmara dos Deputados, principalmente sobre os oito deputados que compõem, inicialmente a Comissão.
Assis, que também é presidente do Sindicado dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região e dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) adiantou os argumento que vai usar nas discussões da comissão para conseguir levar para votação em plenário a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada de trabalho.
Segundo ele, as questões mais importantes sobre o tema são que a produtividade aumentou 80% nos últimos anos, os salários não cresceram na mesma proporção e as doenças laborais aumentaram. “Já que vamos discutir desenvolvimento econômico e social, vamos trabalhar esses argumentos, inclusive o de geração de mais empregos”, explicou, lembrando que “a redução da jornada está tramitando há 16 anos e pronta para ser votada em plenário, mas nunca chega”, diz Assis.
Os deputados que vão compor o grupo dos trabalhadores são, além de Assis Melo, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP) e Roberto Santiago (PV-SP).
Os representantes patronais são os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Eduardo Sciarra (PSD-PR), Jorge Corte Real (PTB-PE) e Guilherme Campos (PSD-SP).
Das negociações devem participar também representantes das centrais sindicais e de entidades de empresários.
De Brasília
Márcia Xavier