Economia da China desacelera no 1º tri, mas ainda cresce 9,7%
O Produto Interno Bruto (PIB) anual chinês desacelerou ligeiramente no primeiro trimestre de 2011, para 9,7%, abaixo do crescimento de 9,8% obtidos no último trimestre de 2010, informou nesta sexta-feira, 15, a Agência Nacional de Estatísticas da China. O aumento foi acima do esperado pelo mercado, que acreditava que este crescimento seria de aproximadamente 9,5%, com base em análise de um grupo de economistas.
Publicado 15/04/2011 13:17
O PIB no primeiro trimestre somou 9,6 trilhões de yuans (cerca de US$ 1,67 trilhão). Este crescimento além do esperado sugere que há um risco pequeno de desaceleração da economia do país e, ao mesmo tempo, que medidas para conter a expansão do mercado imobiliário, além de outras medidas, sejam mantidas ou intensificadas.
No primeiro trimestre, a economia chinesa expandiu-se 2,1% em comparação ao trimestre anterior, acrescentou a agência chinesa, sem especificar se esse dado foi reajustado em virtude da sazonalidade. Esta é a primeira vez que a China emite uma estimativa oficial do crescimento trimestre a trimestre, prática que é adotada como principal sinalizador de crescimento na maioria das economias mundiais.
Produção industrial e vendas
A produção industrial chinesa avançou 14,8% em março em relação ao mesmo mês de 2010, superando a previsão média dos economistas de alta de 14,1% e acima da elevação de 14,1% no período de janeiro a fevereiro. Em relação a fevereiro, a produção industrial avançou 1,19%.
As vendas do varejo na China cresceram 17,4% em março na comparação com o mesmo mês de 2010 e avançaram 1,34% em relação a fevereiro.
Investimentos
Os investimentos em ativos fixos nas áreas urbanas, um indicador de atividade no setor de construção, subiram 25% no período de janeiro a março em relação ao mesmo período do ano anterior. A alta ficou acima da expectativa dos economistas de alta de 24,7% e da elevação de 24,9% no período de janeiro a fevereiro.
A contínua expansão do investimento imobiliário, que subiu 34,1% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2010 para 884,6 bilhões de yuans, desafiou as estimativas de que as restrições adotadas contra a especulação e o excesso de oferta no setor começariam a reduzir os incentivos aos investimentos no setor. As informações são da Dow Jones.
Inflação preocupa
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) cresceu 5,4% em março sobre igual mês do ano anterior, levemente acima das expectativas que eram de alta de 5,3%. A elevação é a maior desde julho de 2008. A taxa de inflação na China, cujos altos níveis preocupam o governo, ficou quase meio ponto acima do que foi assinalado nos meses de janeiro e fevereiro.
O Conselho de Estado chinês disse esta semana que tomará todas as medidas necessárias para manter os preços estabilizados. A meta do governo é manter a alta dos preços abaixo dos 4% para todo este ano. Em 2010, a inflação anual média foi de 3,3%. Com essa alta, Pequim deve manter apertada a política monetária.
Na comparação com fevereiro, o CPI caiu 0,2% em março, mostrando que as políticas adotadas têm tido efeito, disse o porta-voz da Agência Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun.
Nos últimos trimestres, a China tem registrado um alarmante aumento dos preços dos alimentos, de até 11%, enquanto que os preços das habitações, cujo setor vive uma bolha especulativa apesar das medidas de 'esfriamento' tomadas por Pequim, subiram 6,5%.
Preços ao produtor
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China cresceu 7,3% em março em relação ao mesmo mês do ano anterior, com valor mais alto do que o assinalado em fevereiro, de 7,2%, mas abaixo da expectativa dos economistas, que acreditavam que o índice ficasse em 7,4%.
Com agências