Vanessa cobra da ANAC explicações sobre estruturas fechadas no AM
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) cobrou insistentemente do diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Cláudio Passos, uma posição sobre o fechamento dos escritórios da Agência em várias cidades brasileiras, como o do município de Tefé, por exemplo, fechado o ano passado.
Publicado 14/04/2011 19:27
Questionou também sobre o fechamento do aeródromo de Itacoatiara, e ainda sobre as obras do aeroporto internacional Eduardo Gomes que estão atrasadas para a Copa de 2014. Os questionamentos da parlamentar ocorreram durante a sabatina para a recondução do diretor ao cargo, realizada na manha desta quinta-feira, na Comissão de Infraestrtura do Senado.
De forma direta, enfática e dura a senadora lembrou que a ANAC não pode simplesmente fechar escritórios e aeroportos e deixar as cidades do Amazonas completamente desassistidas nesse setor. “Fechamento de aeródromos penalizam extremamente as cidades da Amazônia. Se os aeroportos têm problemas, eles têm que ser solucionados. Não é simplesmente determinar fechamento”, ressaltou Vanessa.
Cláudio Passos justificou dizendo apenas que a ANAC é um órgão fiscalizador. “Política de aviação regional não é o objetivo e nem a função da ANAC, que apenas cumpre a política do Governo”, respondeu. Ele alegou ainda que o fechamento de escritório se deu devido a falta de padronização dos mesmos, detectada a partir do processo de modernização da agência. “A distribuição desses escritórios obedecia à estrutura antiga, da época militar, uma revisão verificou que ela não é equânime. Os serviços prestados tinham uma desqualificação. Não tinham padronização”, alegou.
Nota Técnica IPEA – Nada satisfeita com as respostas do diretor, a senadora retomou o assunto no seu pronunciamento, logo depois, no plenário, e acrescentou o aumento do nível de sua preocupação com a questão do aeroporto de Manaus. Ela falou sobre a Nota Técnica do Instituto de Pesquisas Aplicadas (IPEA), divulgada hoje, sobre os aeroportos no Brasil, seus investimentos recentes, perspectivas e preocupações para a Copa 2014.
A Nota diz que a situação do aeroporto Eduardo Gomes é preocupante. “É um estudo profundo em relação aos investimentos e infelizmente as conclusões não são boas, porque, ao que tudo indica, apenas algo em torno de 44% do orçamento tem sido efetivado, ou seja, há uma diferença de 44% entre o autorizado e o efetivamente aplicado para a reforma dos aeroportos”, informou a senadora.
“O que nós poderemos fazer?”, questionou a senadora, respondendo em seguida: “A mesma coisa que fizeram com o aeroporto de Parintins. Em plena festa do Boi Bumbá, com mais de cem mil pessoas chegando, a ANAC fechou o aeroporto de Parintins. Então, vamos fechar a Infraero.”, convocou.
A senadora acredita que a mudança na Infraero e a criação da Secretaria da Aviação Civil, podem somar para mudar o atual quadro da aviação civil brasileira. ”Mas para isso é preciso vontade, desejo político para resolver esses problemas”, advertiu.