Jornais do grupo Clarín são alvo de novos protestos na Argentina
Uma semana após manifestantes bloquearem gráficas do Clarín e impedirem jornais do grupo de circular, um novo protesto – realizado no domingo (3), na cidade de Córdoba – obstruiu a passagem dos veículos que fazem o transporte das publicações La Voz del Interior e Día a Día. Os dois jornais, também do grupo Clarín, são as publicações de maior tiragem na província (estado) de Córdoba.
Publicado 05/04/2011 09:14
De acordo com o Clarín, os manifestantes fizeram piquete por sete horas na porta das gráficas dos jornais, bloqueando inclusive o trânsito local. O protesto foi dispersado pela polícia provincial por ordem da Justiça. Estima-se que 70% da tiragem foi comprometida.
O editorial desta segunda-feira (4) do La Voz del Interior repudiava o bloqueio, afirmando que “algo muito grave deve estar mudando na Argentina para nos acostumarmos” com acontecimentos desse tipo. “Não estamos nos dando conta do escândalo?”, questionou o jornal.
Os organizadores do ato, em grande parte membros do sindicato dos jornaleiros de Córdoba, afirmaram que a medida é um protesto pela “demora verificada na entregas dos jornais”, causando prejuízos à categoria. Em nota, a empresa se justificou alegando que os atrasos na entrega do material ocorreram devido às recentes reformas nas gráficas dos jornais.
No protesto de domingo (27, em Buenos Aires, os jornais Clarín e Olé foram impedidos de chegar às bancas e de serem distribuídos aos assinantes. Para demonstrar descontentamento, a edição seguinte do Clarín publicou uma capa em branco.
Os sindicalistas alegam que pediam somente a reincorporação de funcionários demitidos. O Clarín, por sua vez, acusa o sindicalista Hugo Moyano, da Confederação Geral do Trabalho (CGT) de liderar os boicotes, e critica o fato de o governo não ter feito nada para dispersar o protesto do dia 27.
Fonte: Opera Mundi