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Secretamente, EUA entregam armas para rebeldes líbios

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou uma ordem que autoriza o apoio secreto do governo estadunidense às forças rebeldes que tentam derrubar o governo de Muamar Kadafi, segundo disseram funcionários do governo nesta quarta-feira (30).

Obama assinou a ordem, conhecida como "decisão" presidencial, nas últimas duas ou três semanas, segundo quatro fontes do governo familiarizadas com o assunto.

Tais decisões são a principal forma de diretriz presidencial usada para autorizar operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA). A agência e a Casa Branca se recusaram a comentar de imediato.

Em entrevista à rede NBC na noite de terça-feira, Obama disse que Kadafi "não tem o controle da maior parte da Líbia neste momento", acrescentando que os Estados Unidos não descartavam a possibilidade de prover equipamento militar aos rebeldes. "Não estou, não estou descartando."

"É justo dizer que se quisermos fazer chegar armas à Líbia poderemos fazê-lo. Não excluo isto, mas também não digo que faremos. Estamos avaliando diariamente o que as forças de Kadafi fazem. As operações militares da coalizão começaram há nove dias", disse na terça o presidente estadunidense.

A divulgação de tal ajuda aos rebeldes líbios é, no mínimo, suspeita. A CIA revelou na terça-feira que as forças rebeldes que combatem o governo líbio "indicam sinais da presença da al-Qaida e do Hezbolá" entre os opositores.

Entregar armas à oposição rebelada seria entregar armas à al-Qaida e ao Hezbolá, algo que os estadunidenses não parecem ter incluído nos planos dos ataques à Líbia. A divulgação dessas notícias apenas indica que uma delas foi plantada. Se estão entregando armas de fato aos rebeldes, não é verdade que a suposta rede terrorista al-Qaida – criada com a ajuda deles – e o Partido de Deus libanês estejam envolvidos na guerra civil líbia.

A notícia sobre a presença dos "arqui-inimigos" dos EUA foi veiculada ontem pelo almirante James Stavridis, comandante supremo da Otan para a Europa e também comandante do Comando Europeu estadunidense, durante um depoimento ao Senado dos EUA. "Estamos examinando com muita atenção o conteúdo, a composição, as personalidades, quem são os líderes dessas forças de oposição".

Stavridis afirmou que a liderança da oposição "parece ser composta por homens e mulheres responsáveis", mas disse também que "observamos na inteligência sinais possíveis da al-Qaida e Hezbolá. Temos visto coisas diferentes".

Com agências