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Crise conduz Ibovespa ao pior mês do ano desde maio

Em novo dia de cautela global, os investidores voltaram a buscar ativos de menor risco e, naturalmente, fugiram das bolsas. Ainda que o pacote à Irlanda tenha sido oficializado, com a destinação de 85 bilhões de euros para o país salvar bancos e banqueiros, a insegurança do mercado não se dissipou. Depois de Grécia e Irlanda, a atenção se volta para a Espanha, Itália e Portugal, que ainda despertam dúvidas sobre novos pedidos de resgate.

Já na Ásia, notícias sobre os conflitos entre as Coreias adicionaram tensão ao dia, após exercícios militares iniciados ontem pelos sul-coreanos e pelos americanos no Mar Amarelo, que banha as duas Coreias e a China.

Nos Estados Unidos, em dia esvaziado de indicadores, uma decisão do presidente Barack Obama está no centro das atenções. Obama deve anunciar ainda hoje um congelamento de dois anos nos salários dos funcionários públicos.

Com a medida, o governo quer economizar US$ 2 bilhões no restante do ano fiscal 2011, US$ 28 bilhões nos próximos cinco anos e mais de US$ 60 bilhões na próxima década.

No Brasil, apenas nesta jornada, depois de marcar mínima de 67.102 pontos, o Ibovespa teve desvalorização de 0,47%, aos 67.908 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 5,19 bilhões. No acumulado de novembro, o índice já perde 3,91%, na maior queda parao período desde maio (-6,64%).

Em Wall Street, pouco antes do fechamento, o índice Dow Jones registrava queda de 0,28%, enquanto o Nasdaq recuava 0,29% e o S&P 500 tinha baixa de 0,06%.

“O dia não teve grandes novidades e o destaque ficou com as novas notícias da zona do euro. Uma parte do mercado acha que o pacote à Irlanda poderá ser ineficiente. O principal temor que traz instabilidade e pessimismo é o medo de contágio da crise a outros países, e ainda podemos ter alguns dias de pressão. Serão necessárias mais medidas de austeridade fiscal e o tempo será o principal fator a acalmar os mercados”, comentou o analista da Leme Investimentos João Pedro Brugger.

Ainda que o desempenho da Bovespa esteja sendo prejudicado em novembro, Brugger acredita que há espaço para um rali de fim de ano. “A própria queda de novembro pode dar fôlego para uma alta mais forte do Ibovespa em dezembro”, comentou o analista.

No front corporativo, as “blue chips” tiveram um dia de volatilidade. Os papéis PNA da Vale fecharam o pregão com leve baixa de 0,04%, a R$ 48,50, e giraram R$ 505,1 milhões, enquanto as ações PN da Petrobras encerraram os negócios com alta de 0,40%, a R$ 24,70, e movimento de R$ 459,7 milhões. O terceiro maior volume do dia, no valor de R$ 293,6 milhões, partiu dos papéis PN do Itaú Unibanco, que recuaram 1,24%, para R$ 39,60.

A maioria dos papéis do Ibovespa fechou a jornada no vermelho, com destaque para as ações Sabesp PN (-3,72%, a R$ 40,05), B2W ON (-3,26%,a R$ 31,15) e Gerdau Metalúrgica PN (-2,85%, a R$ 23,46).
No setor aéreo, as ações PN da TAM ainda registraram perdas de 1,65%, a R$ 41,60. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu hoje a venda de passagens aéreas da TAM para rotas domésticas com decolagem prevista até sexta-feira, 3 de dezembro. O objetivo é evitar mais transtornos aos passageiros da companhia aérea, que desde o fim de semana vem apresentando atrasos nos embarques e cancelamentos de voos programados acima da média do setor.

No campo positivo do Ibovespa, destaque para o desempenho de Cielo ON (3,13%, a R$ 14,81), JBS ON (2,56%, a R$ 6,39), Light ON (1,94%, a R$ 21,46) e Brasil Foods ON (1,85%, a R$ 25,2). Fora do Ibovespa, destaque para os recibos de ações da Laep, que recuaram 6,81%, a R$ 0,82, com giro financeiro de R$ 47,5 milhões, e para as ações PN do Banco Panamericano, que caíram 4,39%, a R$ 4,57.

Com informações do Valor