Relatório da ONU mostra redução do número de portadores do HIV
Na última terça-feira (23), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids) divulgou seu relatório anual sobre a situação da epidemia de Aids em 182 países e trouxe boas notícias sobre a redução no número de casos de mortos e infectados pela doença. A pesar das mudanças, ainda é grande o número de pessoas que se contamina a cada ano no mundo. O Dia Mundial de Combate à Aids é celebrado na próxima quarta-feira, 1º de dezembro.
Publicado 26/11/2010 10:46
A data é geralmente marcada por campanhas nacionais de divulgação dos métodos de prevenção em diversos países.
De acordo com o relatório da Unaids, as mudanças na epidemia podem ser vistas com a redução de 3,1 milhões de casos, em 1999, para 2,6 milhões de pessoas infectadas em 2009, números que representam queda de 20% nas contaminações.
No que diz respeito aos óbitos ocasionados por doenças relacionadas à Aids, os casos registrados no ano passado (1,8 milhões) também foram inferiores aos 2,1 milhões ocorridos em 2004. Um em cada quatro óbitos por Aids é causado por tuberculose, uma doença que pode ser facilmente detectada, prevenida e curada.
O avanço nos tratamentos com anti-retrovirais, medicamentos que reduzem a carga viral do HIV e consequentemente diminuem a probabilidade de progressão da doença, foram apontados como os responsáveis pelo prolongamento da vida das pessoas que vivem com HIV. No final de 2009, foi constatado que 33,3 milhões de pessoas estão conseguindo viver mesmo estando infectadas.
Acesso ao tratamento
O relatório revela que, em 2009, 5,2 milhões de pessoas pertencentes a países pobres ou em desenvolvimento tiveram acesso aos anti-retrovirais, enquanto em 2004 apenas 700 mil pessoas tiveram acesso a esses medicamentos. A má notícia revelada pelo documento é que, para cada pessoa que inicia o tratamento, surgem dois novos casos de pessoas infectadas. Além disso, 10 milhões ainda não têm acesso ao tratamento necessário.
É possível observar que os programas de prevenção estão gerando resultados positivos ao analisar dados como a redução, em cerca de 25%, nos casos de novas infecções em pelo menos 56 países, incluindo 34 da África subsaariana. Ainda assim, esta região continua sendo a mais afetada do mundo por novos casos. 69% de todas as novas infecções estão aí.
De acordo com o relatório das Nações Unidas, Etiópia, África do Sul, Zâmbia e Zimbábue também vêm reduzindo suas taxas de novas infecções por HIV em mais de 25%. Na Nigéria, o número de infecções se estabilizou. Na contramão dessa tendência de redução estão os países da Europa oriental e da Ásia central, cujas taxas de novas infecções subiram 25%.
Sexo seguro
A redução no aparecimento de novos casos, provavelmente, se deve ao fato de os jovens estarem adotando práticas mais seguras durante as relações. Os homens que fazem sexo com outros homens também estão avançando em matéria de prevenção, já que em 54 países mais de 50% deles têm utilizado o preservativo. Outro dado do relatório é que em 69 países mais de 60% dos profissionais do sexo utilizou o preservativo com seu último cliente.
Apesar dos avanços, ainda é preciso investir nos programas de prevenção. O empecilho está em casos como o de 79 países que ainda criminalizam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexto. Destes, seis adotam a pena de morte.
"Os investimentos na resposta à Aids estão dando resultados, mas os avanços ainda estão frágeis – o desafio agora é como trabalharmos todos juntos para acelerar o progresso", apontou Michel Sidibé, Diretor Executivo do Unaids.
Fonte: Adital, por Natasha Pitts