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Dilma define núcleo político; Palocci deve assumir a Casa Civil

Depois de anunciar sua equipe econômica — com Guido Mantega (Fazenda), Alexandre Tombini (Banco Central) e Miriam Belchior (Planejamento) —, a presidente eleita, Dilma Rousseff, nomeará agora o chamado “núcleo palaciano” de seu governo. A indicação dos ministros que terão assento no Palácio do Planalto deve ocorrer no início da próxima semana.

Segundo assessores políticos e jornalistas da grande mídia, é quase certo que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci vá para a Casa Civil da Presidência da República e volte, assim, ao centro do núcleo de decisões do Planalto. Palocci teria aceitado o convite de Dilma após relutância inicial — ele preferiria a Secretaria-Geral, que deve ser ocupada pelo atual chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho. O novo chefe de gabinete será Giles Carraconde Azevedo, responsável pela agenda de Dilma desde a época em que ela era secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul.

Ainda falta definir o destino de outras pastas palacianas — caso das secretarias de Comunicação Social (Secom) e Relações Institucionais. O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) deve ocupar outro posto na Esplanada dos Ministérios — provavelmente Previdência ou Saúde.

O cargo do ministro da Defesa, Nelson Jobim, é ambicionado pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que é filho de general. Jobim poderia ficar mais dois anos — prazo que ele julga necessário para concluir e consolidar a implantação do Ministério da Defesa, e negociar com o Congresso a instalação da "Comissão da Verdade", prevista no Plano Nacional dos Direitos Humanos.

Além de Mercadante — que também tem em mira a Saúde e a Educação —, a Defesa é cobiçada pelo vice-presidente eleito Michel Temer, presidente do PMDB, partido de Jobim. Com o apoio do PMDB, o principal parceiro do PT na eleição, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que estava cotado para a Saúde, pode permanecer na coordenação política do governo, com assento no Palácio do Planalto.

Saúde

Para a Saúde, Dilma procura um nome "da sociedade" — um expoente da área técnica que possa impor prestígio à pasta ao mesmo tempo em que dá visibilidade ao cargo e projeção a uma gestão competente e profissional. Com um orçamento em torno de R$ 67 bilhões por ano, o Ministério da Saúde é alvo de cobiça dos partidos.

A presidente eleita pensa em nomear ao cargo alguém com o perfil de Adib Jatene, médico respeitado e conhecido internacionalmente, que foi ministro nos governos Collor e FHC. Foi com a força e a credibilidade pessoal de Jatene que o governo FHC conseguiu apoio político no Congresso para criar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

O nome mais cotado para o cargo no governo Dilma é o do médico Dráuzio Varella. No sábado passado, Dilma se reuniu com um grupo de médicos em um almoço na casa do cardiologista Roberto Kalil Filho. No grupo, além de Dráuzio, estavam o presidente do Instituto do Coração de São Paulo (Incor-SP), Noedir Stolf; o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral; e o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz d’Ávila.

Aliados

O anúncio do núcleo político é a última trincheira antes da temporada de conversas com aliados políticos. Há a expectativa de que Dilma oficialize toda sua equipe até o dia 15 de dezembro, antevéspera de sua diplomação.

Nos próximos dias, Dilma se dedicará à negociação de cargos com os dez partidos de sua base de apoio, além do PP e PTB. O PSB será o primeiro partido da base aliada, fora do eixo PT-PMDB, a negociar pessoalmente com Dilma espaços no futuro governo. Os encontros acontecerão na próxima semana.

Da Redação, com agências