Advogado da resistência ao golpe é morto em Honduras
A situação de caos, assassinatos e repressão em Honduras continua acontecendo. A vítima mais recente foi o advogado Marco Tulio Amaya, da Frente Nacional de Resistência Popular, assassinado na manhã desta quarta-feira (21), na comunidade Ojo de Agua, em El Paraíso. Marco Tulio integrava a Frente de Advogados contra o Golpe de Estado e era defensor dos 56 campesinos do Instituto Nacional Agrário, vítima de perseguição pelo governo hondurenho.
Publicado 22/07/2010 10:46
Em virtude desta situação repressiva que se instalou em Honduras, trinta entidades estadunidenses, entre organizações sociais, internacionais e igrejas, que militam em prol dos direitos humanos, expressaram preocupação a respeito das graves violações dos direitos, através de uma carta enviada na véspera (20), ao Departamento de Estado, dos Estados Unidos (EUA).
As entidades denunciam que a série de violações de direitos, que tem vitimado os defensores dos direitos humanos, ativistas e até jornalistas, durante o governo do atual presidente, Porfirio Lobo, não tem sido investigada seriamente.
Elas pedem ao Departamento de Estado que denuncie de forma sistemática e publica, as violações que têm acontecido em Honduras e que encoraje o governo hondurenho a aceitar o estabelecimento de um escritório do UNCHR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos), para fortalecer o estado de direito.
Na carta, as entidades pedem também à secretária Hillary Clinton, que "condicione o fornecimento de assistência à Honduras, à realização de uma investigação imediata destes casos e a adoção de medidas efetivas para assegurar que se ponha fim a estes abusos".
Lista de vítimas
De acordo com dados relatados na carta, a maioria das pessoas ameaçadas, atacadas e assassinadas pertencia à FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular), ou se opunham de algum modo ao Golpe de Estado. O documento alerta ainda que a dirigente feminista Gladis Lanza, recebeu ameaça de morte, através de e-mail, no último dia 17.
As organizações fizerem ainda uma lista com nome dos ativistas sociais assassinados só no período de gestão de Lobo, entre os quais aparecem o dirigente sindical Julio Fúnez Benítez, a filha do sindicalista Pedro Brizuela, Claudia Maritza Brizuela, Francisco Castillo, Juan Manuel Flores Arguijo, Adalberto Figueroa, Gilberto Alexander Núñez Ochoa, Pedro Antonio Durón Gómez e Vanessa Zepeda Alonzo.
Fonte: Adital