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Walter Sorrentino: Flávio Dino vai surpreender o Maranhão

É tamanho o anseio de renovação, de alinhar Maranhão e Brasil no novo projeto nacional de desenvolvimento, que Flávio é apenas um instrumento objetivo desse anseio. É uma convocação das forças mais sãs da sociedade do Maranhão, dos irredentos e orgulhosos maranhenses, que não querem baixar a cabeça diante da tentativa de evitar a disputa política legítima no campo das forças que apóiam Dilma. 

por Walter Sorrentino, em seu blog

Há situações em que dilemas são irredutíveis. Há lógica, razão e sensibilidades para justificar qualquer uma das opções a tomar. Em política, particularmente, nada o que parece ser é de fato; há lógica, há cálculos, há inventividade, visões antecipadoras de futuro. Mas algumas questões se resolvem no campo ético, na mais profunda acepção da palavra. Envolve compromisso, disposição, missão. Quase sempre, contra as comodidades imediatas.

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No Maranhão de tudo pretenderam os adversários da renovação. Do próprio PT, parece ter-se pretendido um estupro político – nas palavras de um prócer deles – sacrificando no altar das conveniências a candidatura de Flávio Dino, que alcançou o apoio formal do PT estadual, decidido em encontro legítimo, com a presença da direção nacional. Direção que afirmou no ato valer o decidido. Direção que posteriormente teve que fazer inquérito interno sobre alegada compra de votos de convencionais por parte do governo estadual.

Pois bem. O governo atual queria uma vitória por WO. O antagonista de sempre, ex-governador cassado, ficou com uma espada sobre a cabeça, com a aprovação do projeto da “ficha limpa” e decisão do TSE de sua validade já para os registros de candidaturas da presente eleição.

Restava para um e outro lado estrangular as possibilidades de viabilização de Flávio Dino, PCdoB e PSB unidos. Além da difamação pura e simples, como se valesse a lei do sertão, urgia fazer desidratar as possibilidades de Flávio na travessia desse deserto.

Não foi possível, mais uma vez. É tamanho o anseio de renovação, de alinhar Maranhão e Brasil no novo projeto nacional de desenvolvimento, que Flávio é apenas um instrumento objetivo desse anseio. É uma convocação das forças mais sãs da sociedade do Maranhão, dos irredentos e orgulhosos (justificadamente, pela sua história combativa) maranhenses, que não querem baixar a cabeça diante da tentativa de evitar a disputa política legítima no campo das forças que apóiam Dilma Rousseff.

O Maranhão precisa disso. Dilma igualmente. Flávio demonstrou, além do sentido de renovação, coragem, determinação e frieza. Não é um out sider, não buscou isolamento. Ao contrário, buscou agregar forças, que encontrou eco do PSB e PPS, sem fazer prevalecer interesses menores, como no campo oposto. Tem ao seu lado a coesão, maturidade, sagacidade e firmeza do PCdoB do Maranhão, de fundas lutas em prol do povo do Estado. E terá as forças vivas do PT, para além das decisões de cúpula tomadas em Brasília, à revelia da legitimidade de seu Encontro.

A solução do dilema é progressiva: avançar, abrir caminhos e alternativas. Fundar a disputa política do Maranhão no sarneysismo X anti-sarneysismo tem sido danoso ao Estado, tanto quanto a prevalência da mesma força política no comando durante os últimos 40 anos. É preciso o pós-Sarney: o Maranhão está pronto, precisa disso. Unir amplas forças em prol de levá-lo a patamares mais civilizados de desenvolvimento humano e social.

Falei em dilema irredutível; haveria razões de sobra para Flávio Dino, honradamente, recusar a convocação. Mais do que ele e o PCdoB fizeram para viabilizá-la, impossível. Mas o dilema envolve, como disse, uma fator ético: a decisão, sempre solitária, dos líderes; a coragem, em certo sentido, em afrontar as dificuldades; a disposição em liderar num quadro muito desfavorável mas que pode ser revertido com o sentimento popular. Entrecruzou-se no Maranhão a exigência objetiva e a disposição subjetiva.

Flávio Dino vai surpreender. Já é e se afirmará ainda mais como a principal liderança renovadora do Maranhão, um dos maiores líderes do campo da esquerda não só do Estado, como do País. Ao lado de uma das mais privilegiadas cabeças do Congresso Nacional, agregará daqui para a frente a força de um protagonista real da política em seu Estado.

Quem tem medo de Flávio Dino?

Avante, Maranhão!