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Livro retoma polêmica sobre internacionalização da Amazônia

“Amazônia, esse mundo à parte” é o livro lançado pelo deputado estadual Eron Bezerra (PCdoB-AM) que traz uma compilação de uma série de artigos escritos pelo parlamentar para debater questões sobre Amazônia envolvendo aspectos econômicos, políticos e sociais.

Entre os temas mais polêmicos estão às táticas adotadas pelo imperialismo para internacionalizar a Amazônia, que segundo o autor sempre estiveram presentes na história da região.

Eron Bezerra diz que escrever sobre uma região como a Amazônia, que possui mais de 5,5 milhões de km² de extensão territorial, é falar de um mundo a parte. Rica em minerais, espécies vegetais e animais, a biodiversidade e auto-sustentabilidade da Amazônia atraem a cobiça de potências mundiais, que ao longo dos anos vêm adotando as táticas do imperialismo para internacionalizar essa região.

Para isso, usam como recurso e pano de fundo as questões ambientais defendidas pela corrente dos santuaristas, para quem a preservação é tudo e o crescimento é nada. Embora argumentem motivação ambiental, o que lhes anima efetivamente é a concepção de que a Amazônia é patrimônio da humanidade e, portanto, deve ser gerida por toda a humanidade.

O autor diz que por essa concepção qualquer uso da Amazônia deve ser evitado para assegurar que seus abundantes recursos naturais permaneçam intocáveis como reserva estratégica de seus "donos".

“ De um lado uma região com riquezas inexploráveis, do outro, uma região explorada e marcada pela cobiça capitalista dos produtivistas, para quem o crescimento é tudo e a preservação é nada. Esse grupo defende a anistia geral e irrestrita para o uso inadequado das reservas legais e, especialmente, uma legislação ambiental concorrente sem regras gerais nacional, como preconiza a atual constituição brasileira”, explicou.

“Nesse trabalho destaco as vertentes de três grupos: sentuaristas, produtivistas e ruralistas, que atuam na região amazônica e ditam os caminhos dela”, comentou o autor.

Sustentabilidade

Eron argumentou que dentro desta Amazônia cabe ainda outro pensamento ideológico que trabalha com o papel da ciência e da tecnologia chamando a atenção para a importância desse tema dentro da implantação de um desenvolvimento pleno e sustentável.

“Explorar as riquezas de forma sustentável, sem causar grandes danos a biodiversidade da Amazônia, é defendida pelos sustentabilistas, que em contraposição aos produtivistas e santuaristas, partem da premissa de que não há ação humana ou natural sobre a face da terra que não provoque impacto ambiental e, também, que não há recurso natural inesgotável”, diz.

Ele afirmou que não apenas o uso desses recursos deve ser racionalizado como a sua utilização deve ser em consonância com o mais elevado conhecimento científico e tecnológico contemporâneo.

Outro temas

Outros temas são destacados como a disputa por áreas territoriais, a exploração de recursos minerais e o papel da região no cenário nacional. Mais tópicos destacam a vida do caboclo, do ribeirinho, do povo indígena e as relações sociais e culturais do povo amazônico.

O deputado explica que o livro é a junção de uma série de artigos escritos por ele ao longo dos anos. “Artigos escritos na década dos anos 80 e 90 foram trabalhados para este livro e representam uma visão sobre a Amazônia naquele período. Outros artigos inéditos foram escritos para este livro e refletem as mudanças que ocorreram nesta região ao longo dos anos”, explicou

De Manaus,
Iram Alfaia com informações da assessoria do deputado Eron Bezerra