Capistrano: Sávio Hackradt: o senador das mudanças

Fiquei feliz com a candidatura ao senado do jornalista Sávio Hackradt (PCdoB). O quadro que se desenhava para disputar as duas vagas do senado, aqui no estado, era desolador, os de sempre, aqueles que só têm compromisso com eles mesmos.

Sávio e Lula
Desde a minha primeira participação em eleição (1960) procurei apoiar candidatos que estivessem no campo da esquerda. Lembro que em 1960 apoiamos Aluízio Alves para o governo do estado e Djalma Maranhão para prefeito da nossa capital. Era uma aliança meio complicada de explicar, mas parte importante da esquerda ficou com a Cruzada da Esperança, que tinha Djalma Maranhão, aqui no estado, como nosso principal candidato. Na disputa presidencial apoiávamos Henrique Teixeira Lott e o seu vice João Goulart.

Com o golpe militar de 1964, mesmo com toda restrição, dentro do jogo permitido, os nossos candidatos eram os da esquerda. A eleição para o executivo, nas capitais e para os governos estadual e federal, passou a ser indireta, pois era na verdade uma nomeação. Mas, para o legislativo, não. Portanto, era no legislativo a grande chance de elegermos os candidatos comprometidos com o processo democrático: Roberto Furtado, Odilon Ribeiro Coutinho, Geraldo Queiroz, Pedro Lucena, Agenor Maria, José Daniel Deniz, Radir Pereira, Hermano Paiva, Gileno Guanabara; João Batista Xavier para prefeito de Mossoró em 1982 e Garibaldi Alves Filho para prefeito de Natal em 1985 eram os nossos candidatos, nomes na época, comprometidos com as mudanças.

Como militante participei ativamente da luta, legal e clandestina, contra a ditadura militar. A correlação de forças era desproporcional, eles tinham o controle da informação, o aparato da repressão e o apoio das oligarquias, essas, sempre no poder.

Até 1986 acompanhei a orientação do Partidão (PCB). Era o centralismo democrático funcionando. Já nas eleições de 1988, discordei, não votei em Rosalba Ciarlini, candidata a prefeita de Mossoró. Naquele momento estava começando o esfacelamento do sistema socialista no leste europeu com reflexos danosos para a esquerda. Em 1989 a queda do muro de Berlim é um fato que vai deixou a esquerda perplexa em todo o mundo. Naquele momento faltou aos comunistas uma reflexão profunda dos acontecimentos. Na época, a esquerda foi na onda da grande mídia, o que virou um deus-nos-acuda.

Quando o PCB transformou-se no PPS não acompanhei essa decisão, desconfiava das artimanhas de Roberto Freire e de sua trupe. Não concordei com o tratamento dado ao velho Luiz Carlos Prestes e realmente eu estava com a razão. Veja no que deu o PPS: um apêndice da direita, um defensor do neoliberalismo. Com o fim da União Soviética os comunistas ficaram tontos, sem rumo, sem saber o que fazer. Este fato foi para nós um impacto maior que o “relatório” Kruschev (1956).

Hoje, à esquerda se recompôs, o mundo vive um novo momento, o neoliberalismo fracassou. A esquerda voltou à cena política. Agora, com a certeza que o caminho viável para um mundo de paz com desenvolvimento pleno é o socialismo. Socialismo conquistado através de um processo eleitoral, com eleições livres.

Temos hoje, na América Latina: Brasil, Venezuela, Equador, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Nicarágua e El Salvador, todos, países que elegeram governos progressistas através de um processo eleitoral democrático. Esses governos estão dando um novo rumo econômico e político aos seus respectivos países.

Este ano (2010) o Brasil enfrenta uma nova etapa de consolidação do seu regime democrático com as eleições quase gerais e de certa forma, plebiscitário, que vão ocorrer no dia 3 de outubro. Vão ser eleitos: o presidente da república, os governadores, todos os deputados, federais e estaduais, e dois senadores por estado. Momento basilar para a democracia brasileira, oportunidade ímpar de cada um exercer o seu dever, escolhendo os melhores para dirigir o nosso país, tanto no executivo como no legislativo.

Temos bons candidatos ao parlamento e ao governos, estadual e federal. Entre eles lembro o nome do jornalista Sávio Hackradt, nome que representa uma profunda mudança no quadro político do estado. Com ele, o Rio Grande do Norte sai da mesmice, da política monárquica que historicamente vem prevalecendo no seu processo eleitoral (e que são sempre) os herdeiros das oligarquias que são eleitos para o senado. Sávio representa o novo, a mudança, sem rabo-de-palha, com ficha limpa, histórico exemplar, respeitado por todos, com um projeto político progressista a defender.

Sávio é a opção para quem deseja votar em um candidato sério, comprometido com as mudanças. Se eleito senador, vai ajudar o novo governo federal nas mudanças necessárias para a consolidação do nosso processo de desenvolvimento. Mudanças essas que só serão possíveis com as reformas de base, tão necessárias e sempre adiadas pelos que se elegem para impedir sua aprovação na câmara e no senado, e que com isso, dificulta o nosso desenvolvimento e a inclusão social de milhões de brasileiros.

Portanto, estão de parabéns, o PCdoB pela escolha e o povo do Rio Grande do Norte pela opção que tem. A hora é essa! Sávio Hackradt, o Senador das Mudanças.

 

Antonio Capistrano foi reitor da UERN, é filiado ao PCdoB.